Inge Neumann e Paulo Gustavo com os filhos Filipe e Úrsula (Foto: Fernando Machado)
No dia 26 de janeiro de 1901, um grupo de intelectuais, à frente Carneiro Vilela, fundou a Academia Pernambucana de Letras, com 20 cadeiras, no Instituto Arqueólogo, Histórico e Geográfico Pernambucano, na Praça Joaquim Nabuco. Depois o IAHGP foi transferido para a Rua do Hospício, e com ele a Academia. E finalmente em dezembro de 1965 ela aterrissou no antigo Sítio do Barão João José Rodrigues Mendes, na Avenida Rui Barbosa.
Ana Maria Cessar, Roque de Brito Alves, Marly Mota, José Mário Rodrigues e Luzilá Gonçalves (Foto: Fernando Machado)
Em 1863, o comerciante português, Rodrigues Mendes, fez uma reforma no seu casarão, onde atualmente está a localizada a Casa Carneiro Vilela. As suas paredes foram revestidas de azulejos portugueses. No piso foram colocados retângulos de mosaicos ingleses, e o teto foi adornado com lustres de Bacarat. E para dar mais requinte ao ambiente o mobiliário de carvalho veio todo da Áustria e coube a Eugene Lassailly assinar a decoração do palacete de estilo neoclássico.
Fernando Braga, Roberto Montezuma, Mariana de Melo, Fábio Menezes e Fernando Freyre Neto (Foto: Fernando Machado)
Pois bem foi nesse cenário repleto de história, ou melhor no auditório Mauro Mota, da Academia Pernambucana de Letra, que aconteceu a posse de Paulo Gustavo de Oliveira, na cadeira número 16, que pertenceu ao acadêmico Geraldo Pereira (1944/2015). O Mauro Mota estava lotado de amigos e familiares que foram prestigiar o novo acadêmico, Paulo Gustavo de Oliveira.
Plinio Palhano, Marly Mota, Ângelo Moneiro e Admaldo Matos de Assis (Foto: Fernando Machado)
O mestre de cerimônia Edson Bezerra convidou para compor a mesa a presidente da APL, Fátima Quintas, a vice Margarida Cantarelli, o secretário geral Rostand Paraiso, os acadêmicos Ângelo Monteiro e Marly Mota, Tereza Pereira, Cristina Guimarães Ribeiro, Lais Montezuma Carneiro da Cunha, Cida Pedrosa, Roberto Motta, Silvana Meireles, Sonia Freyre e Betania Sette da Rocha.
Sônia Freyre, presidente da Fundação Gilberto Freyre (Foto: Fernando Machado)
Na sequencia os acadêmicos Alvacir Raposo, José Mário Rodrigues e Margarida Cantarelli foram recepcionar Paulo Gustavo, o trouxeram para sentar à mesa principal. Então foi iniciada a solenidade com a execução do Hino Nacional. A primeira a falar foi Fátima Quintas, e depois Paulo Gustavo, que na sequencia jurou cumprir o compromisso regimental acadêmico.
As acadêmicas Marly Mota e Margarida Cantarelli (Foto: Fernando Machado)
Paulo Gustavo recebeu o diploma de Fátima Quintas e o colar acadêmico da filha Úrsula Neumann. Já imortal ouviu a saudação do acadêmico Ângelo Monteiro, que preferiu costurar versos no novo imortal, de Guimarães Rosas e de Marcel Proust. O speech de Paulo Gustavo foi um bonito e passeio pelos seus antecessores da cadeira 16, e pelos escritores favoritos.
Paulo Gustavo de Oliveira e Ângelo Monteiro (Foto: Fernando Machado)
Disse PG: “Num de seus mais belos poemas de amor, o grande poeta francês Paul Éluard escreve: “Tu me cobriste de tua confiança”. Assim também posso hoje dizer desta casa de cultura: a Academia me cobriu de sua confiança. Por isso, começo pela gratidão, esta “árvore aberta ao sol”, para de logo citar meu amigo o acadêmico Ângelo Monteiro. Começo pela gratidão, lembrando os três graus com que a ela se referiu Santo Tomás de Aquino. O primeiro grau, reconhece-se o benefício; o segundo, louva-se e se dão graças; e no terceiro, retribui-se de acordo com suas possibilidades”.
A sempre elegante senhora Teresa Motta (Foto: Fernando Machado)
– Fosse eu discorrer sobre Nilo Pereira como ele o merece, estou certo de que em muito excederia os limites deste discurso. A propósito de discursos, o próprio Nilo criou uma jocosa classificação, a que não me furto de citar justamente por seu caráter gracioso. Dizia ele que um discurso pode ser bom-bom; bom-ruim; ruim-bom e ruim-ruim, explicando: Bom-bom é o discurso bem-feito e curto; Bom-ruim é um discurso bem-feito, mas longo; Ruim-bom é o discurso malfeito, mas curto; Ruim-ruim é o discurso além de malfeito, extenso.” O publico adorou.
Roque de Brito Alves, Rostand Paraíso, Fátima Quintas, José Luiz da Mota Menezes e Lucilo Varejão Neto (Foto: Fernando Machado)
Não esqueceu de homenagear: a professora Elza da Costa Lima, da Escola Padre Donino, ao Colégio de Aplicação da UFPE e aos que fazem parte da Geração 65 de escritores pernambucanos. Para encerrar Rostand Paraiso leu o termo de posse, foi executado o Hino de Pernambuco e a presidente da APL, encerrou a reunião solene. Depois tivemos um coquetel, no hall da biblioteca. E sai de lá com este pensamento de Marcel Proust: “Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais.”
O antropólogo Roberto Motta (Foto: Fernando Machado)