Fernando Machado

O saudoso “Baixinho”

Sofrido e realmente desiludido, nosso querido Antístenes naquela madrugada triste, repetiu comovidamente o seu bordão habitual… “Alô Brasil ! Vou ali e volto já !” E nunca mais voltou. Um passarinho me contou que Deus chegou de mansinho e disse carinhosamente ao seu ouvido: – “Vem comigo, Baixinho !” E o levou para sua mansão celestial, sabendo embora que sua mulher Jailce, suas filhas Anuska e Adriane, seus netinhos adorados e seus amigos do peito, daí por diante seriam atormentados por uma saudade malvada, dessas semelhantes às serpentes cruéis que envolvem suas vítimas até matá-las.

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O boêmio Antistenes Azevedo (Fotos: Arquivo)

Esse “Baixinho” saudoso era um boêmio encantador, portador de inseparáveis amores em sua vida; a família, os amigos e o seu Recife adorado. Fez-se “restauranteur” desde 1981 especializando-se em culinária suíça para gozar da mais prestigiosa popularidade em sua terra natal. Tinha orgulho do saboroso “fondue” do seu La Maison. Quando nos encontramos pela última vez, o “Baixinho” voltou a me aconselhar: – “Dema, quantas luas marcaram sua ausência? Trate de se cuidar porque em breve nós vamos reabrir os trabalhos”. Era um aviso de que voltaria a reabrir seu aconchegante apartamento, para receber amigos diletos e artistas famosos.

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Anuska, Adriane e Jailce com Antistenes

Deixaram saudade noitadas memoráveis com Cauby Peixoto, Emílio Santiago, Leny Andrade, Luiz Bandeira e Patrick Dimon (com a minha querida Angelita ao teclado). Dizem por aí que com o desaparecimento do Antístenes Azevedo, as noites de Boa Viagem perderam a graça. Eu assino embaixo. O “Baixinho”, positivamente cabia fácil no coração de todos nós. Uma homenagem do radialista e contador de causos Aldemar Paiva, no dia 17 de agosto de 2011.

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