Fernando Machado

O Frevo está voltando para o Recife

Oficialmente começou ontem o Carnaval do Recife quando tivemos no Marco Zero a entrega da chave da cidade pelo prefeito Geraldo Julio de Mello Filho ao Rei Momo. Primeiro tivemos apresentações do Coral Edgard Moraes e do Bloco Lírico Pierrô de São José. Na sequência aconteceu o momento mais esperado Naná Vasconcelos reger 500 batuqueiros de 10 maracatus de Baque Virado, cuja Matriz é africana.


Eduardo Campos, Maria Sanchez-Carlo e Alberto Feitosa (Foto: Fernando Machado)

O espetáculo foi deslumbrante. Não esquecer que os batuqueiros até chegar ao palco do Marco Zero foi precedido pelos lanceiros dos Maracatus Rurais (essa manifestação somente encontrada em Pernambuo). Sua Meca é a Zona da Mata. Lá os trabalhadores rurais passam o ano inteiro entre os canaviais e os bordados das suas fantasias. Depois desse ritual o governador Eduardo Campos entregou a Nana Vasconcelos a Ordem do Mérito Guararpapes.


Geraldo Júlio de Mello Filho à côté Cristina (Foto: Fernando Machado)

É graças a atual administração, o Recife entra pra valer no ranking para voltar a ser o melhor carnaval do Brasil e quiçá do mundo. E como nem tudo é perfeito tivemos os estrangeiros Milton Nascimento e a fadista portuguesa Carminho. Esta última para homenagear o Ano Brasil / Portugal. E olha que este Carnaval ainda não é a performance da política cultural de Geraldo Julio.


Roberta Lessa, Roberto e Patricia Lessa (Foto: Fernando Machado)

Outro grande momento foi quando o Maestro Ademir Araujo e sua Orquestra subiram ao palco do Marco Zero. Eles mostraram com quantos sons se fazem um bom carnaval. Muitos passistas dançaram frevo utilizando coreografias que se o bailarino russo Rudolf Nureyev estivesse presente aplaudiria de pé. O show de Ademir Araújo levou o publico, estimado em mais de 300 mil pessoas, ao delírio.


Cecilia Ramos, Carlos Percol, Marcela Sampaio e Clerison Andrade (Foto: Fernando Machado)

E não é que ia me esquecendo do show pirotécnico realizado no molhe dos arrecifes onde se encontra o Parque das Esculturas com obras do artista plástico Francisco Brennand. Não pude assistir a queima de fogos porque o camarote do prefeito Geraldo Julio tinha uma cortina de plástico transparente impedindo quem estava lá curtir o céu multicolorido. Acredito que o público que estava no Marco Zero tenha visto melhor.


Fernando Nicácio e Asnilsen (Foto: Fernando Machado)

Voltei para casa, ao lado da eterna cônsul dos Estados Unidos, Maria Sanchez-Carlo, mais feliz do que pinto no lixo. Não ouvi o hino do nosso carnaval Vassourinhas, de Matias da Rocha e Joana Bezerra, ser executado. O que foi uma pena. Se Vassourinhas foi tocada que me perdoe os coordenadores, caso contrário foi um crime contra o frevo que agora é Patrimônio Imaterial da Humanidade.


A consul Usha Pitts, a primeira dama Renata Campos e a diplomata Maria Sanchez-Carlo (Foto: Fernando Machado)

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