Fernando Machado

Réquiem para Dona Suçu

Uma nuvem de tristeza encobriu minha quarta-feira quando me contaram que a ex-primeira dama de Pernambuco, Maria Margarida Krause Gonçalves de Moura Cavalcanti, ou Suçu, como era carinhosamente chamada pelos mais íntimos, tinha ido bater o ponto no céu. Dona Suçu casou com o ex-governador do Amapá e de Pernambuco José Francisco de Moura Cavalcanti (1925/1994), em 15 de maio de 1945, na Igreja das Graças. A cerimônia foi conduzida pelo Padre Lamego e a noiva usou um modelo do Parque da Moda.

No casamento de Dona Suçu com Moura Cavalcanti sozinha (Fotos: Divulgação)

Dona Suçu tinha 16 sobrinhos que os presenteavam nos seus aniversários e no Natal. Adorava fazer caridade, mas no anonimato, doava paes para creches e orfanatos, despachava as receitas médicas dos pobres e doava cadeiras de roda para os necessitados. Tinha como hobby pintar com lápis de cores, livros cadernos e até telas. Sua música preferida era Carinhoso de Pixinguinha. Quando presidente da Cruzada de Ação Social coordenou quatro bailes de debutantes, nos jardins do Palácio do Campo das Princesas, eram festas lindas, com renda para as obras assistenciais da entidade.

Dona Suçu presidente da CAS (Foto: Serviço de Imprensa)

Devota de Nossa Senhora de Fátima, inclusive foi enterrada com a imagem da santa em suas mãos. Dona Suçu era muito educada, uma dama, na verdadeira acepção do termo. Ela cozinhava muito bem, e mensalmente reunia a família para almoçar com ela no seu apartamento. A deputada Priscila Krause, sua sobrinha neta, adorava degustar afelô, “que nunca comi em outro lugar”. Com a morte de Dona Suçu, aos 92 anos, a sociedade pernambucana perde um pouco da sua história. Este blog, fiel aos rituais do futebol, pede um minuto de silencio.

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