Segunda-feira foi um dia que nos fez lembrar o compositor João Santiago, senão vejamos. “Vou relembrar o passado / Do meu carnaval de fervor / Neste Recife afamado / De blocos forjados / De cor e esplendor / Na Rua da Imperatriz / Eu era muito feliz / Vendo o bloco desfilar / Escuta Apolonio o que eu vou relembrar / Os Camponeses, Camelo e Pavão / Bobos em Folia, do Sebastião, / Também da Flor da Lira com seus violões / Impressionava com suas canções.”
O Pátio de São Pedro estava entupido de foliões (Fotos: Fernando Machado)
Naquela data se comemorava o Dia do Frevo de Bloco, em homenagem ao compositor Edgard Moraes. A noitada foi na Meca do Frevo de Bloco: o Pátio de São Pedro. E diante da centenária Concatedral de São Pedro dos Clérigos, tendo uma lua quarto minguante solitária, que os blocos líricos se reuniram. O local estava cheio, ou quase cheio, pois estava faltando ele o Passista José, um folião sempre fantasiado que não perdia um encontro dos blocos líricos. E vou repetir Nelson Ferreira: “Partiu para eternidade / Deixando sua cidade / Um mundo de saudade sem igual.”
Valéria Moraes uma das grandes anfitriães da noite
Foi um encontro em tom de sucesso. O mestre de cerimônia foi o PHD Sérgio Gusmão. Oficialmente foram homenageados Carlos Penna Filho, Edgard Moraes, o Passista José e Bila, mas outros e muitos também o foram. Por exemplo, a cônsul Maria Sanchez-Carlo era presença assídua nos acertos de marcha, agora nos resta cantar “Meu Deus do céu / Meu Deus do Céu / Onde andará Maria?” Na ocasião a Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia, lançou seu CD comemorativo por 10 anos de história.
A cantora Dalva Torres uma das musas dos blocos líricos
Os seguidores dos blocos se assanham todos com as flabelistas evoluindo pelo pátio, som das marchas lindas, compostas por Capiba (Madeira que cupim não roi), Nelson Ferreira (Evocação nº 1), Luiz de França (Panorama de Folião), Getúlio Cavalcanti (O bom Sebastião), José Menezes e Geraldo Costa (Terceiro Dia), Lourival Santa Clara (Assim não Convém), Edgard Moraes (A Dor de Uma Saudade) ou João Santiago (Relembrando o Pasado).
Lea Lucas e Mercedes Rebeca de Oliveira do Bloco das Ilusões
O último frevo de bloco que ouvi foi “A dor de uma saudade / Vive sempre emmeu coração / Ao relembrar alguém que partiu / Deixando a recordação, nunca mais / Hão de voltar os tempos / Felizes que pasei / Em outros Carnavais” e sai do Pátio de São Pedro lembrando aquela canção de Nelson Ferreira e Aldemar Paiva: “Quem tem saudade / Não está sozinho / Tem carinho / De recordação / Por isso quando estou / Mais isolado/ Estou bem acompanhado / Com você no coração.”