Fernando Machado

Baile Municipal do Rio de Janeiro

Denise Zelaquette Isabel, Rainha de Portugal e Violeta Botelho Maria Tereza de Portugal (Capas da Revista Manchete)

Um dos destaques do carnaval brasileiro até meados da década de setenta, era o Baile de Gala do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Todo ano atrações internacionais eram convidadas para a festa com direito a mordomias que incluíam hospedagem de luxo nos melhores hotéis da cidade. Os foliões só podiam participar se comparecessem trajados a rigor ou fantasiados. Em anos diversos lá estiveram Kirk Douglas, Rock Hudson, Romy Schneider, Charles Aznavour, Edith Piaf, Vittorio De Sica, Rita Hayworth e uma infinidade de outros artistas, sem falar nas celebridades políticas e do high society.

Eutália Figueiredo, Josefina a Imperatriz da França e Jesus Henrique (Fotos: O Cruzeiro)

O Baile de Gala do Municipal é realizado na segunda feira de carnaval, e costumava consagrar as músicas mais cantadas pelos foliões. Em 1967 só deu Máscara Negra, de Zé Kéti: Porém, desde 1932, o ponto alto do Baile de Gala do Municipal, era o concurso de fantasias. Graças à revista O Cruzeiro e, mais tarde, também à Manchete, havia sempre uma expectativa imensa sobre o resultado daquele concurso cujo desfile dos vencedores ocorria a meia noite, durante o Baile. Algumas figuras tornaram-se nacionalmente conhecidas por causa do luxo das fantasias com as quais concorriam e, também, pelas brigas nos bastidores onde sobravam sopapos e arranhões para todos.

Clóvis Bornay e seu Delírio de Amor com Evandro de Castro Lima Alucinação Oriental Carnaval (Foto: Manchete)

Alguns nomes consagrados naqueles concursos: Wilza Carla, Evandro de Castro Lima, Violeta Botelho, Denise Zelaquete, Eutália Figueiredo, Mauro Rosas, Núcia Miranda, Marlene Paiva, Mauro Rosas, Jesus Henrique e Clóvis Bornay símbolos daquela fase áurea do carnaval brasileiro. O último Baile de Gala do Municipal do Rio de Janeiro foi realizado no carnaval de 1975 e a despedida foi melancólica. Ao apagar das luzes, lá pelas cinco da manhã, estourou um conflito generalizado entre os foliões, a maioria alcoolizada, resultando em prejuízos enormes para o edifício símbolo da cultura artística carioca.

Marlene Paiva com Pompa e Circunstância e Mauro Rosas (Fotos: O Cruzeiro e Manchete)

Gostou ?
Compartilhe !