A palavra cultura vem do latim “culturae” e significa “ação de tratar”, “cultivar”. De certo modo, o termo, que inicialmente era usado para se referir às práticas agrícolas e ao cultivo da terra, tem tudo a ver com a medicina – afinal, sua prática cultiva a vida humana. Engana-se quem ainda pensa que ciência e cultura são antípodas. Nos mais diversos cantos do Brasil, além de médicos e outros profissionais da área, também contribuem com o desenvolvimento do cuidado e com a promoção da saúde da família e da comunidade professores, educadores populares, arte-terapeutas, artistas e mestres(as) da cultura, como benzedeiras, rezadeiras, pajés e demais representantes dos povos originários e de matrizes africanas.
Partilhando afeto e fortalecendo os processos cotidianos nas comunidades, integrantes de todas essas categorias estarão presentes no XVII Congresso Brasileiro de Medicina da Família e Comunidade, a ser realizado em Fortaleza de hoje até sábado. Mais do que promover apresentações artísticas nos intervalos das atividades científicas, como é comum em muitos congressos médicos, a intenção do evento é trazer a arte e a cultura para o centro das discussões sobre a Estratégia de Saúde da Família, conforme ressalta Roberto Bob, presidente do Congresso e da Associação Cearense de Medicina de Família e Comunidade.