Fernando Machado

Luiz Carlos & Juvenal

Quando Juvenal foi transferido do Rio de Janeiro para o Recife, os seus primeiros dias na nova cidade foram um grande aprendizado em termos de cultura e especialmente do linguajar do povo, porque ouvira falar da existência do tal “pernambuquês”. Certa manhã, ao se encaminhar para o trabalho, resolveu fazer uma fezinha no jogo do bicho, como fazia algumas vezes quando morava no Rio. Entrou na lojinha e uma jovem grávida e muito simpática o atendeu. Como gosta de uma boa conversa, Juvenal soube que a jovem se chamava Inês, e aí perguntou para quando seria o parto, se era menino ou menina, e o nome escolhido.

Juvenal fez o jogo, despediu-se e foi para o trabalho. No final da tarde, ao sair do escritório, viu o resultado do jogo no poste e constatou que havia ganho. Resolveu então voltar à lojinha para receber o prêmio. Perguntou pela Inês, a simpática atendente da manhã e disseram que ela tinha “descansado”. O carioca Juvenal quase tem um troço, já que descansar, no Rio, é morrer. Ficou consternadíssimo e ainda disse: “sinto muito”, para o espanto da moça que o atendia que completou: “mas foi tudo bem, o bebê está ótimo e ela também”. Foi aí que Juvenal percebeu que “descansar”, no Recife, é “parir” é “dar à luz”.  Esse pernambuquês…!  Texto de Luiz Carlos Costa.

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