Fernando Machado

Julio Braga: Um nome que a história guardou

Há 25 anos, morria no Recife, Júlio Braga, pianista e compositor. Ele nasceu em Olinda, no dia 24 de abril de 1918. Era filho primogênito de Pedro Affonso da Silva Braga e Branca Faria da Silva Braga. Aos oito anos compôs sua primeira peça e aos dez fez seu primeiro concerto no Teatro Santa Isabel, no Recife. Júlio Braga estudou no Conservatório Pernambucano de Música e foi dedicado discípulo do reconhecido professor e pianista Manuel Augusto dos Santos. Já na década de 1930 realizava concertos por vários estados do país.

O notável pianista e compositor Julio Braga (Foto: Divulgação)

Em 1948, venceu o Concurso Philips da Holanda, realizado no Rio de Janeiro, por unanimidade entre os pianistas brasileiros, o que lhe abriu as portas para os concertos internacionais. Recebeu como prêmio uma viagem a Europa e do Governo Pernambucano, na época, Barbosa Lima Sobrinho, uma bolsa de permanência para aperfeiçoar seus estudos em Paris. Realizou concertos na França, Holanda, Inglaterra. Em seguida, apresentou-se na Venezuela, Porto Rico, Trinidad e Tobago e Estados Unidos, sempre recebendo as críticas mais favoráveis.

Julio Braga adolescente e adulto (Fotos: Acervo da Família)

Foi excelente intérprete de Bach, Mozart, Chopin, Claude Debussy, Prokofiev, Brahms, Schumann, Weber e, claro, Heitor Villa-Lobos. Além desse consagrado compositor, Júlio Braga sempre fez questão de incluir em seus concertos outros grandes compositores brasileiros, divulgando, assim, a boa música nacional em outros países. Suas atuações mais marcantes, no exterior, foram, sem dúvida, a do dia 25 de novembro de 1948, na Maison Gaveau, em Paris e a de 19 de julho de 1959, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, onde apresentou, entre os clássicos costumeiros, o seu Allegro Apassionato.

O pianista Julio Braga em dois momentos de música erudita (Fotos: Acervo da família)

Ainda pelos Estados Unidos incluiu concertos no Carl Fischer Concert Hall e no Steinway Hall, ambos em Nova Iorque, além de apresentações na Florida e em Washington, DC, com elogiosa repercussão na imprensa. Durante alguns anos Júlio Braga foi lembrado e homenageado nos Concertos Olindenses, realizados na data de sua morte, com o apoio da Prefeitura de Olinda. Nessas ocasiões, sua música foi executada pela grande pianista pernambucana, Graciéte Câmara Quadros, sua amiga fraterna. O texto foi escrito pela professora de musica, Gedeane Costa.

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