Fernando Machado

Viva o Senhor do Bonfim

Quem for a Salvador não pode deixar de visitar a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Erguida na Sagrada Colina, tem uma vista da capital baiana deslumbrante. Naquele santuário a gente se sente blindado contra tudo e contra todos. Terça-feira fui cumprir minha peregrinação ao local e ver mais uma vez as imagens de Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia que foram trazidas de Portugal pelo capitão de mar-e-guerra da Marinha portuguesa Theodozio Rodrigues de Faria, no dia 18 de abril de 1745. Até sua construção em 1754 elas ficaram abrigadas na Igreja da Penha.

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Uma vista do interior da igreja do Senhor do Bonfim (Fotos: Fernando Machado)

Oficial fez uma promessa que se sobrevisse a forte tempestade traria para o Brasil a imagem de sua devoção. Assim, em 18 de abril de 1745, a réplica da representação do santo existente em Setúbal, foi trazida para Salvador. A famosa lavagem do Senhor do Bonfim teve início em 1773, quando os integrantes da “irmandade dos devotos leigos” obrigavam os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do santo, no segundo domingo de janeiro, depois do Dia de Reis.

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Um altar situado na sua sacristia

Com o tempo, adeptos do candomblé passaram a identificar o Senhor do Bonfim com Oxalá. Por conta disso a Arquidiocese de Salvador proibiu a lavagem na parte interna do templo e transferiu o ritual para as escadarias e o adro. O único inconveniente na visita ao templo são os vendores de fitinha do Bonfim e dos santinhos. Grudam nos fiéis até conseguirem dos bobos tirar dinheiro. Porém, vale a pena conferir!

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