Fernando Machado

Tragédia no Aeroporto dos Guararapes

Era 8h45 de segunda-feira, do dia 25 de julho de 1966. Uma pequena mala preta repousava ao lado das cabines telefônicas no antigo Aeroporto Internacional dos Guararapes. Sempre cumpridor do dever, o policial civil Sebastião Thomaz de Aquino, o ex-jogador de futebol Paraíba, teve a iniciativa de leva-la para a sala de administração. Ele pensava que algum passageiro tinha esquecido, mas quando ele levantou a valise aconteceu à explosão.

O vice-almirante Nelson Gomes Fernandes (Foto: Revista Manchete)

Os minutos que se seguiram foram de pânico e terror. Paralelamente foram jogadas bombas na sede da União dos Estudantes de Pernambuco e na USAID. Essa foi o quarto atentado no Recife. O primeiro foi no dia 31 de março de 1966, quando duas bombas explodiram na sede do SNI e na residência do comandante do IV Exercito, general Damasceno Portugal. O terceiro aconteceu, em 30 de maio, quando três bombas foram explodidas na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O jornalista Edson Régis (Foto: Revista Manchete)

Em meio a fumaça espessa e gritos de dor, logo se teve uma noção exata das proporções do atentando terrorista. Morreram o Vice-Almirante Nelson Gomes Fernandes e o Secretario de Administração do Estado, jornalista Edson Régis, além de 14 feridos como o policial civil Paraíba, que teve uma perna amputada, o ex-secretário de Segurança Publica e coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva, que perdeu quadro dedos da mão esquerda. Mais de 300 pessoas estavam no Aeroporto esperando o marechal Costa e Silva, que vinha de João Pessoa.

O ex-jogador do Santa Cruz, Paraíba (Foto: Revista Manchete)

Contudo um defeito mecânico no avião fez com que o Marechal desistisse da viagem aérea, tendo feito de automóvel. O marechal ao ser avisado ao chegar ao Recife seguiu para o hospital, onde haviam sido recolhidos os feridos e depois à residência dos mortos no atentado. De acordo as informações, o ato foi realizado pelo Grupo de Esquerda Ação Popular . O governador de Pernambuco era Paulo Pessoa Guerra e o presidente da Republica, Castelo Branco.

O coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva (Foto: Revista Manchete)

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