Fernando Machado

Parabéns, Hotel Central!

Há 90 anos, o engenheiro e comerciante grego Constantin Aristide Sfezzo inaugurava na Rua da Intendência, atualmente Avenida Manoel Borba, o Hotel Central, cujo projeto foi do arquiteto Giacomo Palumbo. À noite tivemos um baile a rigor e no comando estava o gerente era George Kyrillos. O hotel era o que havia de mais chique para a época.

A maquete do Hotel Central publicada na Revista A Pilheria em 1937

O engenheiro veio ao Recife em 1922, segundo a historiadora Virgínia Pernambucano de Melo, para fundar e dirigir a filial da White Martins no estado. Um ano depois, casou com a pernambucana Judith Adele von Sohsten. O Hotel Central tinha sete andares e 72 quartos, de luxo com telefone e tudo. No térreo dois terraços, barbearia, bar, central telefônica, salão de beleza e um hall.

O arquiteto Giacomo Palumbo (Foto: Divulgação)

No sétimo andar tinha uma vista deslumbrante da cidade e do mar e em 1930, ele tornou-se ponto de observação para a primeira passagem do Graf Zeppelin pelo Recife. Em 1932, Constantin retornou à Europa e à distância administrava o empreendimento até 1951, quando vendeu ao comerciante Domingos Magalhães, o avô do proprietário, Kerginaldo Magalhães.

A soprano Bidu Sayão (Foto: Internet)

Depois, o hotel foi arrendado consecutivamente, o que o deixou dilapidado. Por ordem judicial Kerginaldo retomou o negócio da família. Com a construção dos espigões o Hotel Central, o primeiro arranha-céu da cidade perdeu o privilégio da vista. O elevador é em ferro entrelaçado e foi importado nos Estados Unidos. Os banheiros preservam louças sanitárias compradas na Alemanha e os azulejos decorados de Portugal.

As misses Fernanda Gonçalves de Portugal, Alice Diplaraku da Grécia e Beatrice Lee dos Estados Unidos (Fotos: Divulgação)

Entre os que se hospedaram no Hotel Central destacaríamos a soprano Bidu Sayão (22.7.1935), o violinista russo Leo Charneawsky (7.11.1936), a atriz Annabela (13.12.1938), o ator Lew Ayres(01.6.1940) e o aviador Jean Mermoz (1.6.1940). Não podemos esquecer o chá dançante que aconteceu no dia 16 de agosto de 1930, com a participação de 19 misses internacionais que seguiam até o Rio de Janeiro, para participar do Miss Universo, no dia 7 de setembro.

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