Há 95 anos, nascia hoje, a vitralista Aurora de Lima e para homenageá-la transcrevemos este texto do arquiteto Fernando Guerra. Aurora Lima nascida em 27 de maio de 1915 no Recife, completará neste ano 95 anos. Ainda lúcida e falando sobre arte, é graduada em Escultura pela Escola de Arte do Recife e em filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco. Além dos vitrais, fazia também com perfeição Pintura, Desenho e Tapetes, mas falava com desenvoltura que, “A arte de fazer vitral é a que mais gosto e a que eu posso me expressar na cor em toda a sua profundidade”.
A vitralista Aurora Lima (Fotos: Arquivo)
Aurora sempre doava aos seus amigos mais próximos e aos parentes os seus desenhos, as suas pinturas e os seus tapetes. O seu atelier ficava na Escola de Belas Artes, na rua Benfica (destruído pelo Diretor da Facepe, na época, o Sr. José Carlos Wanderley, em 2005), onde era professora da disciplina de Expressão em Superfície, Volume e Movimento. Trabalhava entre vidros coloridos, ferramentas, grades de ferro contorcidas em curvas e contra-curvas aonde são aplicados os vitrais, papéis com inúmeros desenhos e minúsculos pedaços de vidros espalhados por sobre as mesas, bancos e cadeiras do atelier.
Aurora Lima, Suely Cisneiros e Fernando Floriano
Aurora foi aluna do artista alemão Heinrich Moser, pintor e vitralista que chegou ao Recife no final da década de 20, participando da fundação da antiga Escola de Belas Artes (1932). Depois de Moser – autor dos vitrais do Palácio da Justiça- Aurora fez escola, passando à professora Suely Cisneiros (UFPE) todas as técnicas da arte do vitral. O seu primeiro vitral – retratando a figura de São Miguel – foi confeccionado para o Palácio São Miguel, sede da Administração de Fernando de Noronha, datado de 1947. Depois deste, inúmeros outros foram confeccionados em igrejas, conventos, edifícios públicos e residências no Recife e em outros Estados do Brasil, ratificando a grande artista que sempre foi.
Aurora Lima e Henrich Moser
Entre florais, árvores, pássaros, borboletas coloridas, céu e mar, alguns temas bíblicos e figuras de anjos e santos, tudo refletia a sua obra. Em 1951, elabora os vitrais do Cinema São Luiz, antes da sua apoteótica inauguração. São dois grande jarros de flores laterais coloridos, belos e impressionantes até hoje.