Fernando Machado

Arrivederci, Lu!

Ontem foi um dia de lembrar momentos do passado. Cheguei até a cantar baixinho uma música de carnaval, de Edgard Moraes, chamada A Dor de uma Saudade, que diz “A dor de uma saudade / Vive sempre em meu coração / Ao relembrar alguém que partiu / Deixando a recordação”, de que nunca mais vai voltar. A dor foi grande quando soube da morte da minha amiga-irmã Luisa Lodetti Reinhardt.

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Luiza e Bob Reinhardt em 2009 (Foto: Arquivo)

Encerrou-se anteontem, uma das mais interessantes páginas da minha vida, com a morte de Lu, como a chamava carinhosamente. A conheci em 1970. Seus pais Inês e Severino Lodetti trocaram a Itália pelo Brasil onde ele veio trabalhar na Fábrica da Macaxeira. Seu Severino era engenheiro têxtil. Foi uma amizade, ou sei lá, um amor à primeira vista. Depois disso nunca mais nos separamos.

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Luiza no dia do seu aniversário em 2010 (Foto: Arquivo)

Em 1971, eu, Luisa e Lena Machado, decidimos morar em San Francisco, nos Estados Unidos, onde ficamos na casa de Maria Dadiani, na Anza Street. Depois de um ano eu voltei para o Recife e ela ficou por lá. Luiza conheceu o norte-americano Bob Reinhardt e no dia 17 de junho de 1972 se casaram. Foi um marido até os últimos momento de sua vida, tanto que vai continuar morando em Penedo, no Rio de Janeiro, onde viveram muitos anos.

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Luiza Lodetti Reinhardt em 1988 (Foto: Arquivo)

Luisa Lodetti teve uma vida muito diversificada. Foi modelo de Emilio Pucci, na Itália. Foi governanta do Grande Hotel, no Recife. Foi professora de italiano em San Francisco. Lu, tu levastes um pedacinho de mim. Lu, estou triste muito triste e encerro esta pequena mensagem lembrando Santo Agostinho: “Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a lama, o outro as estrelas”.

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