Nesta segunda parte sobre o Encontro dos Blocos Liricos, o Bloco das Flores, por sinal o mais antigo, homenageando Francisco Brennand, e com fantasias criadas por Carmen Alves, jogando para o público jetons e flores, e interpretando Evocação Nº 1, de Nelson Ferreira, “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon / Cadê teus blocos famosos / Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum / Dos carnavais saudosos / Na alta madrugada / O coro entoava / Do bloco a marcha-regresso / E era o sucesso dos tempos ideais / Do velho Raul Moraes / Adeus, adeus minha gente / Que já cantamos bastante / E Recife adormecia / Ficava a sonhar / Ao som da triste melodia”.
Carmen Alves e as pastoras do Bloco das Flores (Foto: Fernando Machado)
Esse trio de garotos arrasaram no Um Bloco em Poesia (Foto: Fernando Machado)
E como o espetáculo não pode parar, surge na passarela Um Bloco em Poesia, que comemorava 15 anos, e dando espaço para acrianças. Ingressaram no palco interpretando “A dor de uma saudade / Vive sempre em meu coração / Ao relembrar alguém que partiu / Deixando a recordação, nunca mais … / Hão de voltar os tempos / Felizes que passei, em outros carnavais / Cantar! Oh, cantar! / É um bem que dos céus nos vem / Se algumas vezes nos faz chorar / Ante os revezes nos faz rir também / Cantar! Oh, cantar! / Com expressão de uma emoção / Que nasce d’alma e vem dizer ao coração”.
O Perna de pau e os ambulantes de O Bonde (Foto: Fernando Machado)
Cássio Duarte e Sandra Chacon são do O Bonde (Foto: Fernando Machado)
E quando a gente pensa outros blocos nos emociona chega O Bonde, fundado em 27 de setembro de 1991, à frente o presidente é Cid Cavalcanti. Fez uma apresentação sensacional e cantando “Vejo o Recife prateado / À luz da lua que surgiu / Há um poema aos namorados / No céu e nas águas dos rios / Um seresteiro, um violão / Anunciando o amanhecer / Um sino ao longe a badalar / Recife inteiro vai render / Ave Maria ao pé do altar / Bumba-meu-boi, Maracatu / Recife dos meus carnavais / Não vejo mais sinhá mocinha / À luz de um lampião de gás / És primavera dos amores / Do horizonte és arrebol / Vai madrugada serena / Traz delirante poema / Recife manhã de sol”.
Felipe Cabral de Melo e sua Claudia do Bloco da Saudade (Foto: Fernando Machado)
O jornalista e dublê de pastor Marjone Pinheiro (Foto: Fernando Machado)
E sequencia Matheus e Catirina anunciam o Bloco da Saudade, e plateia responde com gritos e aplausos. O guarda roupa estava lindo criado por Carlos Ivan, com uma imponência sem igual. Entraram cantando “Bloco das Flores, Andaluzas, Cartomantes / Camponeses, Apôis Fum e o Bloco Um Dia Só / Os Corações Futuristas, Bobos em Folia Pirilampos de Tejipió / A Flor da Magnólia / Lira do Charmion, Sem Rival / Jacarandá, a Madeira da Fé / Crisântemos Se Tem Bote e Um Dia de Carnaval / Pavão Dourado, Camelo de Ouro e Bebé / Os Queridos Batutas da Boa Vista / E os Turunas de São José / Príncipe dos Príncipes brilhou / Lira da Noite também vibrou / E o Bloco da Saudade, assim recorda tudo que passou”.
O flabelo do Batutas de São José (Foto: Fernando Machado)
As pastoras e o pastor do Eu Quero é Mais (Foto: Fernando Machado)
Como meu anjo da guarda é bom demais, e não tenho segurança, nem carro oficial, decidi que era a hora de partir, afinal de contas pressenti que ia haver uma guerra de gangs, pois juntar Nação Zumbi, Jota Quest e O Rappa, num mesmo polo não podia deixar de acontecer o vandalismo que tomou do Marco Zero. Faltavam ainda Batutas de São José, Pierrô de São José, Eu Quero Mais, e o Flabelo Encantado. E lá fui eu triste porque iria enfrentar a falta de taxis e de ônibus. E foi recebido no percurso pelo cheiro de maconha que me deixou tonto.
As pastoras do Bloco Pierrô de São José (Foto: Fernando Machado)
A presidente do Bloco das Flores Jane Emirce de Melo (Foto: Fernando Machado)
Mesmo assim fui cantarolando “Eu quero entrar na folia meu bem / Você sabe lá o que é isso / Batutas de São José / Isto é parece que tem feitiço / Batutas tem atração que / Ninguém pode resistir / Um frevo desses que faz / Demais a gente se distinguir / Deixa o frevo rolar / Eu só quero saber / Se você vai ficar / Ai meu bem sem você / Não há carnaval / Vamos cair no passo / E a vida gozar”. Estou pensando seriamente no próximo ano cobrir o Encontro dos Blocos no Marco Zero e sim apenas a concentração dos blocos da Saudade e das Flores, na Praça Maciel Pinheiro.