Fernando Machado

Abertura da Surdolimpíada

A abertura da Surdolimpíada em São José dos Campos promoveu uma inversão simbólica e conceitual da hierarquia linguística. Os cerca de 740 atletas presentes no ginásio Teatrão, na Vila Industrial da cidade paulista, vivenciaram um momento de protagonismo da língua de sinais em suas versões brasileira e internacional. Em vez da fórmula habitualmente imposta aos surdos, em que ouvintes falam em português e uma intérprete traduz na sequência para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o evento foi conduzido em Libras e na língua de sinais internacional e, depois, adaptado ao português. A perspectiva trouxe para o primeiro plano os surdo atletas de 18 Unidades Federativas.

A primeira dama do Brasil, Michelle Bolsonaro é a madrinha do para desporto para surdos (Foto: PR)

Outros dois momentos deram evidência à língua de sinais: o Hino Nacional foi interpretado em Libras no palco, acompanhado nos gestos por dezenas de atletas na arquibancada. Houve ainda a apresentação de um grupo de 27 alunos, entre surdos e ouvintes, da Escola Municipal Maria Aparecida dos Santos Ronconi. A performance retratou a trajetória de luta e reconhecimento da língua de sinais. A escola é referência na área em São José dos Campos. As competições em 15 modalidades mobilizam 11 instalações esportivas do município paulista de sábado até hoje. O evento tem suporte de R$ 1,2 milhão do Governo Federal, com R$ 800 mil do orçamento da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e o restante em emendas parlamentares.

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