Fernando Machado

Lei do Audiovisual & Aquarius

A imprensa brasileira é muito tendenciosa. Quando um grupo de pessoas ligadas aos movimentos sociais petista invadiu o Palácio do Planalto para pichar e desmoralizar a nossa democracia nenhum órgão publicou nada e claro a foto de jeito nenhum. Todavia um protesto de cinco artistas que receberam quase três milhões de reais da Lei do Audiovisual, do governo do PT, “regado a muito sorriso por parte dos atores que seguravam as placas rendeu várias manchetes no noticiário. No ato, o elenco do filme Aquarius denunciava em Cannes o que chamava de golpe, o mesmo impeachment que o PT pediu contra Collor, Itamar e FHC.”

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O Palácio do Planalto, em Brasília, sendo invadido pelos movimentos sociais (Foto: Face)

– Mas as redes sociais são rápidas e logo descobriu-se que o projeto em questão, a apenas 13 dias do afastamento de Dilma Rousseff, foi autorizado pela Ancine a captar R$ 2,9 milhões via Lei do Audiovisual, que difere um pouco da Lei Rouanet. Cineastas costumam preferir a primeira porque, diferentemente da segunda, que banca por renúncia fiscal um máximo de 80% da produção, cobre com dinheiro público 100% do investimento feito por qualquer patrocinador que tope emprestar a marca para os créditos iniciais do filme.

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O elenco do filme protestando contra o golpe, na verdade era por conta da dinheirama que vão perder (Foto: Reuters)

Pelas informações publicadas no Diário Oficial de 29 de abril passado, os produtores do filme Aquarius terão até 31 de dezembro de 2017 para captar junto a patrocinadores o total de R$ 2,9 milhões. Se conseguir, os cofres públicos serão usados para devolver aos anunciantes 100% do valor investido. Em outras palavras, até mesmo os 11 milhões de desempregados do Brasil correm o risco de estar pagando o salário dos atores que levantaram as placas em Cannes”. Este artigo foi publicado no blog O Implicante.

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