Fernando Machado

Gabriela, Daniel e Nossa Senhora da Saúde

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A Igreja de Nossa Senhora da Saúde (Foto: Fernando Machado)

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Padre Tiaraju, Daniel e Gabriela (Foto: Fernando Machado)

Num dos bairros mais bonitos e arborizados do Recife está encravado Poço da Panela. Entrando pela Estrada Real do Poço, e seguindo até o fim, e vai se deparar diante da Igreja Nossa Senhora da Saúde. No caminho, aproveite para ver cada detalhe dos belos casarões e faça um passeio pelas histórias e lendas que cercam o lugar. No primeiro domingo de 1759, aconteceu a primeira missa na capela que o coronel Jacinto de Freitas Silva tinha mandado construir. O celebrante foi o padre Ângelo Machado Gaio. Acontece que o coronel Jacinto de Freitas começou a fazer muitas exigências para os fieis frequentarem a capela.

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Prefeito do Recife Geraldo Julio, a primeira dama Cristina, Flávia Picolo e Rogério Machado (Foto: Fernando Machado)

Então Bernardo Rabelo Pereira da Silva ressentido decidiu reerguer uma capela. Como o coronel Jacinto tinha morrido, a viúva não pode pagar as dívidas para Bernardo, ele arrematou as terras. Ana Maria Clara, esposa de Bernardo estava muito doente, então ele fez uma promessa para Nossa Senhora da Conceição, de construir uma capela, caso ela se curasse, no Poço da Panela. Ana Maria Clara ficou boa e Bernardo levantou a capela sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde. No dia 2 de outubro de 1770, padre Machado Gaio celebrou uma missa.

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Gabriela e Daniel recebendo a comunhão do Padre Tiaraju (Foto: Fernando Machado)

Não se sabe a data da sua inauguração apenas que a escritura foi lavrada no dia 18 de julho de 1772. No dia 31 de julho de 1817, foi erguida a paróquia de Nossa Senhora da Saúde se separando da Paróquia da Boa Vista. Dizem que foi inaugurada em 1820. O primeiro vigário foi Padre Antônio Francisco Monteiro, mas em 1883 perdeu a categoria de matriz e virou capela. Em 1840 frei José de S. Jacinto Mavgnier, decidiu restaura-la, por está em ruínas. A primitiva igreja era menor e mais baixa.

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Drayton Nejaim by Ricardo Almeida e Sophia Lins by Lúcia Spessatto (Foto: Fernando Machado)

Era lá que se negociava os escravos, dizem até que existia um túnel ligando Poço da Panela até as terras do Barão Rodrigues Mendes, onde atualmente sede da Academia Pernambucana de Letras. O bairro do Poço da Panela fazia parte do Sitio do Chacon e como estava uma grande falta de água, descobriu-se uma fonte onde foi escavado um poço e para demarcar o local puseram uma enorme panela de barro e foi a partir disso surgiu o nome Poço da Panela. Ele fazia parte do extinto Engenho Casa Forte.

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Daniel Asfora e Gabriela Maranhão (Foto: Fernando Machado)

Por conta da sua salubridade os padres Francisco de Araujo Carvalho Gondim e Ângelo Custódio Machado Gaio decidiram fixar residência lá e se tornaram os primeiros moradores. Pois foi nesse local onde se respira muita história e até estórias, que aconteceu o bonito casamento de Gabriela, filha de Sophia Monteiro de Barros Lins e Gustavo de Albuquerque Maranhão Filho, com Daniel, filho de Maria Margareth Guimarães Asfora e Geraldo Abdalla Asfora.

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Gabriela e o pai, Gustavo Maranhão, seguindo para o altar (Foto: Fernando Machado)

A decoração da Igreja foi grifada por Fabiano Reis e Silvio Medeiros, que deu um toque a mais de beleza ao templo. Eles utilizaram arranjos de rosas, lírios e lisiantos. Os padrinhos, 12 de cada lado, ingressaram pela nave central, ao som de Largo de Handel. Sophia deslumbrante by Lucia Spessatto e Geraldo Asfora seguiram até o altar embalados em Domine Deus de Rossini, o noivo muito elegante by Ricardo Almeida, à côté sua mãe, Maria Margareth, caminharam pela nave central tendo como fundo musical The Long anda Winding Road, dos Beatles.

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A senhora Teresa Ribeiro Coutinho, née Gouveia (Foto: Fernando Machado)

A noiva, que estava linda, entrou com o pai, Geraldo, ouvindo a Marcha Nupcial de Wagner e depois e ao som da Ave Maria de Schubert, na sequencia, Gabriela foi conduzida ao altar pelo padrasto Drayton Nejaim Filho. Momento mais bonito impossível. O blog estende o tapete vermelho para Lucia Spessatto que criou um modelo deslumbrante, para muitos linha princesa, mas era contemporâneo, de georgete tule de seda pura. Destaque para o detalhe do drapeado e do bordado, principalmente nos quadris. Para arrematar a elegância de Gabriela, usou uma mantilha de Bruxelas, que pertenceu a avó do padrasto, Drayton Nejaim, dona Santinha Nejaim.

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Gabriela Maranhão e Daniel Asfora (Foto: Fernando Machado)

A cerimônia religiosa foi presidida pelo padre Tiaraju Dantas de Araújo, que fez uma homilia iluminada remetendo ao amor, a Deus e a vocação universal de ser feliz. Quando padre Tiaraju se dirigiu até o genuflexório do século 19, para a comunhão de Gabriela e Daniel, a Orquestra Bravo, de Alexandre Lemos, que é magistral, executou The Lord’s Prayer de Malotte. Na benção final ouvimos Climb Every Mountain de Rodgers. Os noivos deixaram a Nossa Senhora da Saúde ao som de All You Need Is Love do Beatles. Deixei para amanhã, a reportagem da recepção na Usina Dois Irmãos.

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Padre Tiaraju Dantas e Araújo no altar mor (Foto: Fernando Machado)

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O abolicionista José Mariano que morou no bairro foi homenageado com este monumento (Foto: Fernando Machado)

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