Fernando Machado

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Categoria Um nome que a história guardou

Um nome que a história Guardou

Uma nuvem de tristeza me encobriu quinta-feira, quando chegou a noticia que a deusa de ébano da televisão pernambucana tinha sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico. Logo Graça Araújo ela que cuidava muito da saúde. Era atleta adepta da dieta saudável. E o pior estava por vir. No sábado, 8 de setembro, a guerreira perdeu a corrida para a morte.

Graça Araújo cobrindo o desfile do Galo da Madrugada em fevereiro de 2015 (Foto: Fernando Machado)

Quando me encontrava nos eventos e chamava para fotografá-la, ela dizia para me agradar: “Adoro suas fotos, . (era assim que me chamava). Sempre saio bem”. A última fotografia que fiz dela foi na homenagem que o Caxangá Golf & Country Club realizou homenageando Graça e outros colegas da imprensa. Isso aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2017.

Graça Araujo em 10 de dezembro de 2015 (Foto: Fernando Machado)

No dia 19 de outubro de 1994, Graça e outros jornalistas desfilaram na tarde beneficente promovida pela Associação dos Amigos da Esperança e coordenada por esse jornalista. A entidade assistia pessoas portadoras de HIV. Com o falecimento da deusa de ébano de voz marcante, encerrou-se uma das mais interessantes paginas da historia da imprensa pernambucana.

A última foto que fiz da deusa de ébano (Foto: Fernando Machado)

Agora Graça Araujo, que nasceu Maria Gracilane de Araujo, em 2 de abril de 1956, era uma figura humana especial. Numa festa junina na fazenda de Anabela e Kleber Lacet, em Gravatá, dia 25 de junho de 2016, ela me confessou uma coisa que nunca esqueci e guardarei para sempre. A TV Jornal está sem Graça. O calçadão de Boa Viagem está sem Graça. Os maratonistas estão sem Graça.

Graça Araujo, Anabela Lacet e Jonnathan Monteiro, em junho de 2016 (Foto: Fernando Machado)

De Igor Barros pincei este pensamento: “Dizem os grandes pensadores e poetas: / Que recordar não é ter, / Que lembrar não é ver, / E que o ontem não serve para nada”. Discordo. Tanto que nosso blog tem uma seção chamada Recordar é Viver, que é um sucesso. E por conta disso, nosso blog estará sempre Graça.

Um Nome Que a História Guardou

Nunca tinha ouvido falar nele, mas depois que o descobri fiquei fascinado pela sua meteórica e brilhante trajetória. Pois bem, hoje faz cem anos que este notável artista plástico pernambucano suicidou-se na França. Estamos nos referindo a Emilio Cardoso Ayres, que nasceu no Recife, em 23 de maio de 1890. Seus pais Emilia e Eugenio Cardoso Ayres, eram muito ricos, graça a cana de açúcar. Aos 15 anos, tentou trabalhar no comércio da família, mas percebeu que não era aquilo que buscava. Como desde criança gostava de rabiscar nos livros figuras de mulheres, seus pais decidiram mandá-lo estudar desenho, com o renomado pintor Telles Júnior, todavia ele não gostou do método ensinado pelo mestre.

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Emilio Cardoso Ayres pelo pincel de Henrique Bernardelli

Acho que poucas pessoas, sabem quem foi este fantástico pintor e chargista, tão elogiado pelos críticos cariocas. Emilio tinha quatro irmãos, um deles foi Dom Francisco Cardoso Ayres, bispo de Olinda (atualmente seria arcebispo de Olinda e Recife). Em 1908 foi morar no Rio de Janeiro e começou a frequentar o ateliê de Henrique Bernadelli, que o aconselhou a ir fazer especialização na Europa. Dois anos depois, retornou para o Rio de Janeiro, mas se demorou pouco tempo e regressou até a Europa. Viajou bastante, conhecendo a Rússia, a Suécia (foi neste país que conheceu o grande amor de sua vida), a Tunísia entre outros países. Durante sua temporada pela Europa desenhou para algumas revistas de moda de Paris, quando citaríamos o famoso jornal Gazette du Bon Ton.

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Muito raro encontrar desenhos de Emilio Cardoso Ayres (Fotos: Divulgação)

Gilberto Freyre escreveu no seu livro Ordem e Progresso: “Lembre-se de um brasileiro injustamente esquecido, Emílio Cardoso Ayres, que, pintor admirável e como caricaturista, talvez homem de gênio, ter sido colaborador, durante sua residência na França, de revistas parisienses de elegância. Ele poderia ter sido um excelente mediador plástico entre a França e o Brasil no setor da arte da moda de mulher. Não foi. Ainda jovem, talvez devido a dissabor de homossexual brasileiro apaixonado por sueco, suicidou-se”. Quem também escreveu sobre ele foi o jornalista Diogo Guedes, para Revista Continente. Não esquecer que Emilio era um excelente pianista e como era baixinho, seus sapatos eram tipo plataforma.

Um Nome que a história guardou

O mundo fascinante do futebol perdeu quinta-feira um daqueles atletas que orgulharam o Santa Futebol Clube. Toda sua carreira futebolística foi dedicada ao Santinha, de 1948 até 1955. Estamos nos referindo ao jogador Almir Ferreira dos Santos, mas conhecido como Palito.

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O jogador Palito (Foto: Arquivo)

Este jogador é o que podemos considerá-lo um tricolor de corpo e alma. Palito que nasceu no Recife em 23 de janeiro de 1930 e morreu no Recife em 26 de junho de 2014, morava em Boa Viagem. Palito era uma figura muito admirada pelos frequentadores da Praia de Boa Viagem.

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Palito no elenco  tricolor de 1955, onde aparecia o goleiro Barbosa (Foto: Arquivo)

Um nome que a História Guardou

João Batista Acioli Sobrinho que nasceu em Alagoas no dia 30 de dezembro de 1921 e faleceu no Recife em 17 de janeiro de 2012, foi um dos delegados mais respeitados de Pernambuco. Conta uma lenda que certa vez ele tinha prendido um bandido e prometeu a ele que não seria torturado. E na delegacia ninguém teve coragem de fazer o contrário. Em Alagoas foi Prefeito de Maragogi, Delegado de Polícia e Secretário de Segurança Pública, além Promotor de Justiça.

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O delegado João Acioli (Foto: Cortesia)

Em Pernambuco João Acioli foi Superintendente do Sistema Penitenciário, Delegado de Roubos e Furtos, Delegado de Boa Viagem, Delegado de Homicídios, Delegado de Capturas e ocupou várias diretorias da Secretaria de Segurança Pública. Foi Conselheiro do Clube Náutico Capibaribe, tinha muito orgulho de ser alvirrubro e ter deixado quatro gerações de torcedores do Náutico na família: os filhos João Bosco, Jose Jorge e Lucia de Fatima, os netos João Bosco, Maria Eduarda, Marco Antônio e Eduardo.

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