Fernando Machado

Carmen Peixoto: A Cidadã do Recife

A Câmara Municipal do Recife está diretamente vinculada ao nascimento da própria Vila do Recife. No momento da criação de uma nova vila, a lei determinava que se tomassem as seguintes providências: inaugurar o Pelourinho e convocar os cidadãos locais  para eleger os primeiros vereadores. Segundo registros históricos, em 15 de fevereiro de 1710, por ordem do rei de Portugal, foi instalada a Vila do Recife e inaugurada a sua Câmara Municipal.

Auxiliadora Paes Mendonça, Carmen Peixoto e Geralda Farias (Foto: Fernando Machado)

Foram então realizadas as primeiras eleições, tendo sido eleito presidente o Juiz José Ignácio de Arouche. Foi bastante curto o funcionamento da primeira legislatura. Em 17 de novembro de 1710, os nobres, como eram chamados os moradores de Olinda, invadiram a Vila do Recife, derrubaram o Pelourinho e seguiram para a Câmara Municipal, onde espancaram os vereadores, rasgaram suas roupas, tomaram os seus distintivos, prenderam-nos e declararam fechada a sede do Legislativo.

Valéria Freitas e Marta Freire (Foto: Fernando Machado)

Essa situação perdurou até 18 de junho de 1711, quando os recifenses rebelaram-se e enfrentaram os agressores num combate armado que se prolongou por quatro meses. Até que em 8 de outubro de 1711 chegou ao Recife o novo governador de Pernambuco, Felix José Machado. Foi quando se restabeleceu a ordem, com a prisão dos chefes do movimento. Só então, em 18 de novembro de 1711, o Pelourinho foi reconstituído, sendo instalado no pátio em frente à Igreja do Corpo Santo, que foi derrubada. Enfim, era reaberta a Câmara Municipal.

Carlos Alberto Gueiros e Magaly  (Foto: Fernando Machado)

A partir de então, o Legislativo funcionou normalmente até a Proclamação da República em 1889, quando foi temporariamente suspenso, durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca. Com a promulgação da Constituição de 1891, foi transformado em Conselho de Intendência Municipal. Neste período, foi eleito presidente do Conselho José Mariano Carneiro da Cunha. Considerado um dos maiores políticos do seu tempo, o Conselheiro José Mariano foi o primeiro prefeito eleito do Recife.

Carla Seixas e Laurindo Ferreira (Foto: Fernando Machado)

Em sua homenagem, na década de 40, que os vereadores do Recife o elegeram Patrono da Câmara Municipal. Daí o Legislativo Municipal também ser conhecido como a Casa de José Mariano. Em 1962, começaram as obras para a transferência da Câmara para o novo prédio, onde até então funcionava a Escola Normal do Recife, situada na Rua Princesa Isabel, ao lado do Parque Treze de Maio, na Boa Vista. É lá onde a Câmara funciona até hoje.

Eduardo e Ana Maria Paes Mendonça com a filha Danielle (Foto: Fernando Machado)

Quinta-feira, tivemos a entrega do titulo de Cidadã do Recife para a querida amiga Carmen Peixoto, de autoria do vereador Carlos Alberto Gueiros. A jornalista, profissão que exerce com muito amor, estava três chic by Fino Trato. A cerimônia foi presidida pelo vereador Chico Kiko. Que convidou para compor a mesa o jornalista Cleo Niceas, o desembargador Jones Figueiredo, a executiva Lucia Pontes e a poetisa Luzilá Gonçalves.

Daniella Miranda e Márcia Souto Carvalho (Foto: Fernando Machado)

Carmen foi conduzida até o plenário pelos vereadores Carlos Alberto Gueiros, Amaro Cirpiano (Maguari) e Eriberto Rafael. Na seqüência foi executado o hino do Brasil, pelo tecladista Lucio Azevedo a vocalista Catarina Rosa. Tivemos duas falas. Uma de Carlos Alberto Gueiros e outra da mais nova Cidadã do Recife. O parlamentar fez uma viagem pela vida profissional de Carmen. Muito bonito por sinal.

Denielly Hallinski, Lúcia Pontes e Eliane Luna (Foto: Fernando Machado)

Enquanto Carmen Peixoto falava, ouvia-se bem baixinho a música de Jota Michiles, Recife Manhã de Sol, por sinal o hino da homenageada, que é lindo demais. Somente para enriquecer o texto: “Vejo o Recife prateado / À luz da lua que surgiu / Há um poema aos namorados / No céu e nas águas dos rios / Um seresteiro, um violão / Anunciando o amanhecer / Vai madrugada serena / Traz delirante poema / Recife manhã de sol”.

Francisco Bacelar, Rafael Guimarães e Alexandre Villela (Foto: Fernando Machado)

Voltando a sua fala, recheada de saudades e histórias pincei: “Nasci em Garanhuns. Terra dos meus avós, terra das flores e da chuva bem fria nos bonitos arrebóis!! Recordo com saudade, as suas ladeiras, o Relógio das Flores, Parque Rubber Van Der Linder, (Pau Pombo), Parque Euclides Dourado (Parque dos Eucaliptos), Mosteiro de São Bento, Praça Dom Moura. Em Garanhuns, estudei os primeiros anos no Colégio XV de Novembro, onde inclusive minha mãe Carmen Portela e meu pai Erasmo Peixoto, lecionaram”.

Francisco Nascimento e Assis Farinha (Foto: Fernando Machado)

– Uma das coisas mais importantes da vida é fazer amigos. Saber conquistar amigos. E ao receber o título de cidadã do Recife, sinto-me imensamente feliz em contar com a presença de tantas e tantas pessoas amigas que estiveram presentes na construção da minha história. Respiro e amo a arte da comunicação desde os meus 16 anos de idade, quando comecei a fazer teatro ainda na Universidade Rural de Pernambuco”.

Geovane Tenório, entre a filha Geovana e a mulher Heliane (Foto: Fernando Machado)

E concluo: “Já como jornalista escrevi crônicas para o Caderno Literário do Jornal do Commercio. Na TV Manchete fui para a rua cobrir enchentes, assassinatos, chacinas. Vi um mundo com o qual eu ainda não tivera contato direto. Foi uma lição de vida. Amigos e amigas, a cada instante a vida reserva surpresas. Com carinho agradeço a presença de todos vocês, meu esposo Jorge José, meus filhos Jorge Jr, Flávia e Geysa, e meus netos André Lucas, Caio, Victor, Daniel e Renato”.

Nelly Carvalho e Ana Maria Cesar (Foto: Fernando Machado)

Encerrando a cerimônia, foi tocado por Lucio Azevedo e cantando por Catarina Rosa o Hino do Recife, de autoria do compositor Nelson Ferreira. Aliás, muito grande e insosso. O hino deveria ser Evocação Nº 1, do próprio Nelson Ferreira. Apesar entregarem uma fila do hino poucos se arriscaram cantar “Mauricéia, um clarão de vitória, / A visão de tua alma produz. / Toda vez que do cimo da história, / Se desenha / o teu nome de luz”. Sem dúvida um encontro marcado de saudade, história e amizade.

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