Fernando Machado

Bela Aurora do Recife

Aconteceu, ontem à noite, no Espaço Cultural Correios, no Recife Antigo, o vernissage do artista plástico Wilton de Souza, intitulado Bela Aurora do Recife. Quem conheceu o Recife dos anos 70 vai lembrar-se da famosa loja A Bela Aurora do Recife (1928/1974) de Marcos Botiks localizada na Rua da Imperatriz, e pensa que a exposição é em sua homenagem. Apesar de Wilton ter trabalhado por  muitos anos na Bela Aurora, a mostra apenas remeteu ao seu nome.

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Wilton de Souza e Betania Corrêa de Araújo (Foto: Fernando Machado) 

Wilton de Souza é um ícone das artes plásticas, e como ele frisou foi o primeiro grafiteiro do Recife. A exposição é imperdível, pois reúne 180 ítens desde ilustrações de livros, discos da Fábrica Rozenblit, telas e xilografuras. De parabéns estão a curadora Betania Corrêa de Araújo e a Art-Monta Design de Eduardo Souza. Não esquecer o trabalho da montagem do design Sebba Cavalcanti.

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Dona Madalena Arraes e a neta Clara (Foto: Fernando Machado) 

Depois de abrir o vernissage todos os convidados e foram muitos subiram para o auditório do ECC, no primeiro andar, para um bate-papo. Sentaram à mesa principal Betania Corrêa de Araujo, Eduardo Souza e o próprio Wilton de Souza. Todos três falaram sobre o objetivo da mostra. Para Wilton coube a tarefa, para ele mais difícil, de traçar um perfil de sua carreira e suas obras.

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Melchiades Montenegro e Zilton Antunes (Foto: Fernando Machado) 

Lembrou que nos anos 50 grafitava as muretas que ladeiam o Rio Capibaribe por conta de uma campanha de uma agencia de publicidade. Essa ação somente surgiu muitos anos depois. O primeiro disco que Wilton ilustrou foi Viva o Frevo, em 1960, onde aparece além de um passista a Miss Pernambuco de 1956, Nelbe Souza, dançando o frevo.

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Ariadne Quintella e Cássio Cavalcanti (Foto: Fernando Machado)

A primeira ilustração de um livro foi para Os Brinquedos escrito pelo poeta Walter Rosa Borges, que também figura na mostra. Wilton se diz mais desenhista do que pintor. Foi ele quem assinou por muito tempos as ilustrações dos cadernos literários do Diário da Manhã, de Carlos de Lima Cavalcanti, do Jornal do Commercio de F. Pessoa de Queiroz e Diário de Pernambuco.

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Fátima Quintas e Lourdes Sarmento (Foto: Fernando Machado)

Entre as pessoas que curtiram a mostra e degustaram o coquetel assinado pela Brie de Carol Berttini, anotamos Madalena Arraes com a filha Mariana e a neta Clara, a presidente da Academia Pernambucana de Letras Fátima Quintas, Ariadne Quintella, Anete Cunha, Lourdes Sarmento, Ana Maria Cesar, a presidente da Academia Pernambucana de Música Leny Amorim com Pedro Malheiros, presidente da Academia de Artes e Letras de Pernambuco Tereza Magalhães.

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Leny Amorim e Pedro Malheiros (Foto: Fernando Machado)

Ainda lembramos o presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste  Melchiades Montenegro, Zilton Antunes, Gil Vicente, Daniel Santiago, Cassio Cavalcanti, Luiz Cardoso Ayres Filho, Jomard Muniz de Brito, para citar apenas estes nomes. A exposição ficará aberta ao público até o dia 26 de maio, das 9h às 19n. Aos sábados e domingos das 12h às 18h. Wilton de Souza resume sua carreira assim: “Aprendi a ver o mundo a partir da janela da Rua Velha”.

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