Humberto Vieira de Mello, Sérgio Gusmão e Walmir Chagas (Foto: Fernando Machado)
O deus de ébano carioca Wesley Neri da Costa e as pastoras (Foto: Fernando Machado)
As pastoras do Bloco das Ilusões tendo à frente Ana Neri Menezes (Foto: Fernando Machado)
A Rua da Aurora, o centro do Recife, virou ontem, a Meca dos blocos líricos e isso se deve ao carnavalesco Romero Amorim (1938/2012) que criou em 1990, um dos grandes momentos do nosso Carnaval. Estamos nos referindo Aurora dos Carnavais, que é um encontro de blocos líricos. O sol estava chegava ao ocaso, e uma lua quarto crescente chegava para dar mais brilho aos 29 blocos líricos que desfilaram pelo palco montado debruçado para o Rio Capibaribe. Os primeiros a surgirem foram dedicados aos baixinhos.
Ana Paula Gonçalves, Gilberto Raimundo da Silva e Maurícia de Jesus (Foto: Fernando Machado)
A flabelista Neide Santana do Amantes das Flores de Camaragibe (Foto: Fernando Machado)
Os blocos líricos são esquecidos pelos governos, pelos coroas e pelos corinhas. Sendo que a maior parcela desses ignorantes são os corinhas. Claro que, se os seguidores dos blocos não se cuidarem, suas evoluções serão realizados em saraus. Acontece que graças a Deus, os blocos líricos são ainda as grande atrações do nosso Carnaval. E ontem, para minha surpresa, muitos jovens estavam lá chegando até cantar com os corais do blocos.
As pastoras do Bloco Corda e Retalhos (Foto: Fernando Machado)
Os pastores do Bloco Seresteiros de Salgadinho Albyson Inojosa e Manoela de Oliveira (Foto: Fernando Machado)
O Rio Capibaribe que margeava o local também aderiu em reverenciar o autentico carnaval pernambucano. Os políticos estavam na Casa Joaquim Nabuco, bem pertinho do Aurora dos Carnavais, pois estavam sendo empossados. Então retiro um trecho da musica de Luiz de França – Boquinha, para resumir essa ação: “Vem conhecer o que é harmonia / Vem, meu bem / Alegria que o frevo contém / É a do meu coração / Vem pegar no meu braço / Vamos cair no passo sem alteração”. O host do Aurora dos Carnavais competente Sérgio Gusmão.
Jane Emirce de Melo e o seu Bloco das Flores (Foto: Fernando Machado)
Erickson Gadelha e Dejean Monteiro (Foto: Fernando Machado)
O carnavalesco Romero Amorim, lá céu, deve estar todo orgulhoso porque o projeto continua firme e deve até estar cantarolado “Meu Recife eu te lembro / De Aurora à janela / Debruçadas tão bela / Sobre o Capibaribe / O seu rio namorado / E a sorrir flamboyants / Em vermelho rendados / E se amando no espelho / Sob o sol das manhãs!” O Bloco Sempre Feliz, de Paulista, soube conquistar o público, pois só cantou músicas conhecidas. Começou com Evocação Nº 1, de Nelson Ferreira.
Os pastores do Bloco em Poesia (Foto: Fernando Machado)
Bruno Silva Junior e João Paulo Santos à côté as pastoras (Foto: Fernando Machado)
E um coral de cinco mil vozes cantava como se fosse última vez: “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon / Cadê teus blocos famosos / Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum / Dos carnavais saudosos / Na alta madrugada / O coro entoava / Do bloco a marcha-regresso / E era o sucesso dos tempos ideais / Do velho Raul Moraes / Adeus adeus minha gente / Que já cantamos bastante / E Recife adormecia / Ficava a sonhar / Ao som da triste melodia”.
Compositores em Folia: a flabelistas Lais Climaco e a pastora Socorrino Cardoso (Foto: Fernando Machado)
Kelma Rosa Santana e o filhão Wanderson (Foto: Fernando Machado)
O bloco Cordas e Retalhos levou a plateia à loucura cantando Roda e Avisa, de Jota Michiles: “Roda, roda, roda e avisa / Que a alegria explodiu no ar / O velho guerreiro sorrindo / Subindo, subindo foi pro céu brincar / Roda, roda, roda que a vida / É um sonho que vai terminar / O bom palhaço não chora / E vai embora sem explicar / Quem vai querer / Abacaxi, banana e bacalhau / Olha a mãe do Russo / E a buzinada do seu Nicolau / Quem reviveu toda alegria do seu carnaval / Alô, alô Teresinha / Ai que saudade do Cassino do Chacrinha!”
As pastoras do Bloco Damas e Valetes (Foto: Fernando Machado)
Melissa Vicente e Bruno Leon (Foto: Fernando Machado)
O Com Você no Coração arrasou entoado o Frevo da Saudade, de Nelson Ferreira e Aldemar Paiva, cuja letra é assim: “Quem tem saudade / Não está sozinho, / Tem o carinho, da recordação… / Por isso quando estou / Mais isolado / Estou bem acompanhado / Com você no coração… / Uma sorriso, uma frase, uma flor, / Tudo é você na imaginação../ Serpentina ou confete… / Carnaval de amor…/ Tudo é você no coração… / Você existe / Como um anjo de bondade / E me acompanha / Neste frevo de saudade”.
Os pastores e pastoras do Bloco Flabelo Encantado (Foto: Fernando Machado)
Italo Xavier, Eunice Oliveira, Gypsy Nascimento, Anna Gorett Sales e Cilene Maria dos Anjos (Foto: Fernando Machado)
O relógio batia 20h40 quando subiu na passarela do palco do Aurora dos Carnavais, o Bloco da Saudade, cantando seu hino criado por Edgard Moraes: “Bloco das Flores, Andaluzas, Cartomantes, Camponeses, Apôis Fum e o Bloco Um dia Só / Os Corações Futuristas, Bobos em Folia, Pirilampos de Tijipió / A Flor da Magnólia / Lira do Charmion, Sem Rival, / Jacarandá, a Madeira da Fé / Crisântemos, Se tem Bote e Um dia de Carnaval”. Nem precisa dizer, mas eu digo, a multidão cantou, cantou “nem sei como ela cantava assim / Só sei que todo Aurora dos Carnavais aplaudiu de pé quando chegou ao fim”.
Ielson Torres e Muciolo Ferreira entre as pastoras do Bloco da Saudade, Josy, Marcela, Isabel, Juliana e Marion (Foto: Fernando Machado)
As pastoras do Bloco Lírico de Carpina Lucinete Celestino da Silva e Adjane Menezes com Daniel Araújo e Maria Fernanda Trajano (Foto Fernando Machado)
Juro que vi Capiba, Nelson Ferreira, Luiz Bandeira, Edgard Moraes, Romero Amorim num cantinho do palco, assim como Duda, Claudionor Germano e Humberto Vieira de Melo. Deixei vê-los quando avistei Madame Min com aquela cara de Madame de Coupruar, somente soltava um sorriso amarelo quando alguns iam até ela reverencia-la. Eta criatura chata é essa Madame Min. Do sábio jornalista e ex-secretário de Imprensa da Prefeitura do Recife, Gilberto Prado: pincei este pensamento “A demora é pouca”.
Pablo Henrique Alves parou de vender pipocas para curtir um pouco o Bloco dos Artesões (Foto: Fernando Machado)
Raphaela Kathryne e Luiz Henrique Teodoro (Foto: Fernando Machado)
Quando eu, Ielson Torres e Muciolo Ferreira saiamos orgulhosos de nossa cultura um coral de um bloco cantando: “Madeira do Rosarinho / Vem a cidade sua fama mostrar / E traz com seu pessoal / Seu estandarte tão original / Não vem pra fazer barulho / Vem só dizer… e com satisfação / Queiram ou não queiram os juízes / O nosso bloco é de fato campeão / E se aqui estamos, cantando esta canção / Viemos defender a nossa tradição / E dizer bem alto que a injustiça dói / Nós somos madeira de lei que cupim não rói”.
Stenio Wilker, Prigily de Melo, Bruna Cavalcante e Diego Barbosa (Foto: Fernando Machado)
Taciana Soares do Grupo As Conchitas e o deus de ébano Maurício Bandeira (Foto: Fernando Machado)
Paulo Fernando Ferreira e a flabelista Lais Climaco (Foto: Fernando Machado)