Fernando Machado

A Noite da Realeza do Carnaval

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Os pastoras do Pierrot de São José (Foto: Fernando Machado)

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Três jovens pastores do Pierrot de São José (Foto: Fernando Machado)

Bloco das Flores, Andaluzas, Cartomantes, Camponeses, Apôis Fum, Bloco de um Dia Só, Os Corações Futuristas, Bobos em Folia, Pirilampos de Tejipió, A Flor da Magnólia, Lira do Charmion, Sem Rival, Jacarandá, Madeira da Fé, Crisântemos, Se tem Bote, Um dia Carnaval, Pavão Dourado, Camelo de Ouro, Bebé, Batutas da Boa Vista, Batutas da Boa Vista e os Turunas de São José deslumbravam os foliões dos carnavais passados.

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Os pastores do Batutas de São José (Foto: Fernando Machado)

E segunda-feira por meio dos blocos Flor da Lira de Olinda, Ilusões, Com Você no Coração, Madeira do Rosarinho, Confete e Serpentina, Cordas e Retalhos, Flor do Eucalipto, das Flores, Em Poesia, O Bonde Saudade, Batutas de São José, Pierrot de São José, Eu Quero Mais e Flabelo Encantado voltei aos velhos tempos. Estamos nos referindo ao Maior Espetáculo do Carnaval do Recife, o Encontro de Blocos Líricos.

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Os veleiros de Batutas de São José (Foto: Fernando Machado)

E mais uma vez São Pedro mostrou que é assim com a realeza do nosso Carnaval. Chuviscou mas não choveu. E a partir das 16h começaram surgir no Marco Zero, inaugurado no dia 31 de janeiro de 1938, majestosamente e de vários pontos do centro do Recife os blocos líricos. E como sonhar não custa nada consegui ver um camarote lá no céu aplaudindo as evoluções dos nossos blocos líricos.

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Pastores e pastoras do Bloco da Saudade (Foto: Fernando Machado)

Era o top do top Clarisse Lispector, Joaquim Nabuco, Nelson Ferreira, Capiba, Edgard e Raul Moraes, Aldemar Paiva, Valdemar de Oliveira à côté dona Diná, João Santiago, Luiz de França, Luiz Boquinha, Romero Amorim, Sebastião Lopes, Levino Ferreira, José Menezes, João e Raul Valença, Gildo Moreno, Catarina Real, até a Rainha do Maracatu Dona Santa se juntou ao grupo, para aplaudir o que restou da época de outro dos nossos carnavais. E boato a favor não se desmente.

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Jane Emirce de Melo do Bloco das Flores (Foto: Fernando Machado)

O primeiro a subir ao palco foi o Bloco Flor da Lira de Olinda, depois o Bloco das Ilusões, os Blocos Carnavalesco com Você no Coração, Madeira do Rosarinho, Confete e Serpentina, Cordas e Retalhos. Quando cheguei ao Marco Zero os apresentares Matheus (Ivan) e Catirina (Brito) que completam 15 anos como hostesses anunciavam o desfile do Flor do Eucalipto, tendo como destaque Heleno Ramalho.

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A pastora Zenaide do Bloco das Flores (Foto: Fernando Machado)

Depois chega o Bloco das Flores, jogando para o público jetons e flores, interpretando de Raul Moraes, a Marcha da Folia: “Blocos das flores por onde passa / semeia com tal graça / ao som de lindas canções. / E os esplendores desta alegria / que as almas extasia
e apaixona os corações. / Viva a folia do carnaval / intensa alegria sem outra igual. / Que ouvidar faz a dor ferina / que nos ensina a sorrir e amar. Temos a vida só dissabores, / tristeza e amargores
e a desilusão final. / Mas de vencida o mal levemos / esqueçamos que sofremos / divertindo o carnaval”.

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Catirina e Matheus apresentadores da noite (Foto: Divulgação)

E agora lá vem O Bonde, de leds e lindo com o tema Recife de Antigamente, com direito ao mascates, e tudo que Recife de Antigamente tinha para deleite do povo, como os mascates. O vermelho e branco, arrasou cantando o Ultimo Regresso de Getúlio Cavalcanti: “Falam tanto que meu bloco está, / dando adeus pra nunca mais sair. / E depois que ele desfilar, / do seu povo vai se despedir. / Do regresso de não mais voltar, / suas pastoras vão pedir: / Não deixem não, que o bloco campeão, / guarde no peito a dor de não cantar. / É lindo ver o dia amanhecer, / ouvir ao longe pastorinhas mil, / dizendo bem, que o Recife tem, / o carnaval melhor do meu Brasil”.

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A flabelista do Confete e Serpentina (Foto: Fernando Machado)

Bem agora vem o meu xodó: O Bloco da Saudade, com tema homenageando o Pastoril dos Irmãos Valença (João e Raul). Começou cantando de Getúlio Cavalcanti “Você gostou de mim / Notei no seu olhar / Você gostou de mim / Na Quarta-feira quero lhe encontrar / Não tenha ciúme / Se outra pessoa / Pegar minha mão / No meio da massa / Ninguém se aproxima / Do meu coração / Porém quando a festa / Chegar ao seu fim / Nos veremos depois / Três dias se passam / E o ano todinho / Será de nós dois”.

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Três pastoras do Confete e Serpentina (Foto: Fernando Machado)

Agora é a vez do Bloco Carnavalesco Batutas de São José, fundado no dia 5 de junho de 1932, com 70 componentes e tendo como tema Nossa Vida é uma Palhaçada. E sua banda de pau e corda com o coral cantou seu hino de João Santiago: “Eu quero entrar na folia meu bem / Você sabe lá o que é isso / Batutas de São José / Isto é parece que tem feitiço / Batutas tem atração que / Ninguém pode resistir / Um frevo desses que faz / Demais a gente se distinguir / Deixa o frevo rolar / Eu só quero saber / Se você vai ficar / Ai meu bem sem você / Não há carnaval / Vamos cair no passo / E a vida gozar”. Foi lindo demais.

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O coral do Eu Quero Mais (Foto: Fernando Machado)

Então Matheus e Catirina anunica a chegada do Bloco Carnavalesco Eu Quero Mais, que homenageou o samba. Começou com A Voz do Morro de Ze Keti e encerrou com Madeira que Cupim não rói de Capiba. “Madeira do Rosarinho / Vem a cidade sua fama mostrar / E traz com seu pessoal / Seu estandarte tão original / Não vem pra fazer barulho / Vem só dizer… e com satisfação / Queiram ou não queiram os juízes / O nosso bloco é de fato campeão / E se aqui estamos, cantando esta canção / Viemos defender a nossa tradição / E dizer bem alto que a injustiça dói / Nós somos madeira de lei que cupim não rói”

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A flabelista e os pastores e pastoras do Eu Quero Mais (Foto: Fernando Machado)

De repente mais do que de repente surge no palco a magia do Bloco Carnavalesco Pierrot de São José, que é de uma lindeza sem limites. Gostei muito quando a cantora deu uma bronca pois no backstage estavam passando o som para os outros shows. Realmente uma falta de respeito para os blocos líricos. E começou cantando de Romero Amorim e Mauricio Cavalcanti, Aurora de Amor: “Meu Recife eu te lembro / De Aurora à janela / Debruçada tão bela / Sobre o Capibaribe / O seu rio namorado / E a sorrir flamboyants / Em vermelhos rendados / E se amando no espelho / Eu Imperador, você Imperatriz! / E na fantasia a gente sorria feliz”.

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O Flabelo Encantado quando deixava o palco (Foto: Fernando Machado)

E como tudo que é bom se acaba, surge o último bloco, exatamente o do Flabelo Encantado, com 30 componentes e a frente o cadeirante Antonio Lino e encerrou o Encontro do Blocos Líricos de 2015 cantando Evocação Nº 1, de Nelson Ferreira: “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon / Cadê teus blocos famosos / Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum / Dos carnavais saudosos / Na alta madrugada / O coro entoava / Do bloco a marcha-regresso / E era o sucesso dos tempos ideais / Do velho Raul Moraes / Adeus adeus minha gente / Que já cantamos bastante / E Recife adormecia / Ficava a sonhar / Ao som da triste melodia”.

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Os clarins tocam para O Bonde passar (Foto: Fernando Machado)

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O vendedor de sorvete de O Bonde (Foto: Fernando Machado)

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