Fernando Machado

Réquiem a Nelson Ferreira

Nelson Ferreira, pernambucano do Bonito, nasceu a 9 de dezembro de 1902, veio a ser um dos donos da música em Pernambuco; posição ocupada na segunda metade do século XIX por Francisco Libânio Colás e, nos primeiros anos do século XX, por Euclides Fonseca. O seu reinado teve início, ainda na primeira década deste século, nos pianos dos cinemas onde conquistou a sua consagração como autor das mais belas valsas de sua época.

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O mestre Nelson Ferreira é um nome que a história guardou (Fotos: Arquivo)

Como regente dessas orquestras, Nelson reinou no seu tempo. Como pianista notabilizou-se com a composição de valsas, algumas até recebendo letras e sendo gravadas por gente famosa, como Francisco Alves, que em 1939 gravou Diga-me e Minha adoração. Mas foi para o Carnaval que Nelson Ferreira veio a ser o mais fértil dos compositores pernambucanos, sendo constante a sua contribuição, desde os tempos de Borboleta não é Ave, em parceria com J. Borges Diniz, para o Bloco Concórdia.

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Nelson Ferreira e sua elegancia pelos salões do Recife

Foi esta a primeira marcha-pernambucana preservada em acetato, em disco lançado em 1923. Mas o seu maior sucesso ficou por conta de Evocação, uma marcha-de-bloco composta para o carnaval de 1957, que reinou soberana nas ruas e salões, cantada a plenos pulmões por crianças e velhos, mulheres e homens, a relembrar velhos carnavais dos anos vinte, onde pontificavam as figuras lendárias de Filinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon, quando das saídas dos blocos carnavalescos mistos das Flores…, Andaluzas…., Pirilampos…, Apôis-Fum…. O notável Nelson Ferreira morreu no dia 21 de dezembro de 1976. (Texto do jornalista e pesquisador Leonardo Dantas Silva)

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