Fernando Machado

Hotel Central: O Passado o Condena   

A maquete do Hotel Centro publicado no Diário da Manhã de 1927

O blog está preocupado com o destino do Hotel Central. O babado é que ele vai ser adquirido pela Câmara dos Vereadores do Recife. No dia 28 de outubro de 1927 era anunciada pela S. A. Hoteis de Pernambuco, que seria construído na Avenida Manoel Borba um hotel com o que havia de mais chique para a época. Estamos nos referindo ao Hotel Central do executivo grego Constantin Aristide Sfezzo. O engenheiro veio ao Recife em 1922, segundo a historiadora Virgínia Pernambucano de Melo, para fundar e dirigir a filial da White Martins no estado. Um ano depois, casou com a pernambucana Judith Adele von Sohsten.

O arquiteto Giacomo Palumbo (Foto: Divulgação)

O projeto foi do arquiteto Giacomo Palumbo, com sete andares e 72 quartos, de luxo com telefone e tudo. No térreo dois terraços, barbearia, bar, central telefônica, salão de beleza e um hall. No sétimo andar tinha uma vista deslumbrante da cidade e do mar. Em 1930, o terraço do 7º andar tornou-se ponto de observação para a primeira passagem do Graf Zeppelin pelo Recife. Em 1932, Constantin retornou à Europa e à distância administrava o Hotel Central até 1951. Então vendeu ao comerciante Domingos Magalhães, o avô do proprietário, Kerginaldo Magalhães.

A soprano Bidu Sayão (Foto: Divulgação)

Depois, o hotel foi arrendado consecutivamente, o que o deixou dilapidado. Por ordem judicial Kerginaldo retomou o negócio da família. Com a construção dos espigões o Hotel Central perdeu o privilégio da vista. Ele foi inaugurado em 1928 tornando-se o primeiro arranha-céu da cidade. O elevador é em ferro entrelaçado e foi importado nos Estados Unidos. Os banheiros preservam louças sanitárias compradas na Alemanha e azulejos decorados de Portugal.

O ator Lew Ayres (Foto: Divulgação)

Entre os que se hospedaram no Hotel Central destacaríamos a soprano Bidu Sayão (22.7.1935), o violinista russo Leo Charneawsky (7.11.1936), a atriz Annabela (13.12.1938), o ator Lew Ayres (01.6.1940) e o aviador Jean Mermoz (1.6.1940). Não podemos esquecer o chá dançante que aconteceu no dia 16 de agosto de 1930, quando muitas misses internacionais de passagem pelo nosso porto, a bordo do vapor Cuiabá, seguiam até o Rio de Janeiro, para participar do Miss Universo, no dia 7 de setembro.

As misses Fernanda Gonçalves de Portugal, Alice Diplaraku da Grécia e Beatrice Lee dos Estados Unidos (Fotos: Divulgação)

Circularam na recepção do 7º andar as misses Alemanha (Dorrit Nityowski), Inglaterra (Benie Dicks), Áustria (Ingeborg von Grienberg), Belgica (Lily Lenders), Libano (Laila Zoghbi), Espanha (Elena Plá), Russia (Irene Wentzell), Turquia (Mubedjel Namik), Bulgaria (Connka Tchoubanova), França (Ivette Labrousse), Holanda (Rie Van Der Rest), Hungria (Eve Ezaplonzai), Itália (Mafalda Mariotino), Romênia (Zoica Doná), Republica Tcheca (Milada Dostalova), Iugoslávia (Sthefanie Drolmyack), Cuba (Mercedes Ignez Perdomo), Alice Diplaraku (Grécia) e Estados Unidos (Beatrice Lee).

Gostou ?
Compartilhe !