Fernando Machado

Frevioca ou Jardineira?

Ao contrário do prefeito depredador do Recife, João Paulo, o prefeito do Recife de 1979, Gustavo Krause, ao criar a Fundação de Cultura Cidade do Recife, restaurou a tradição do carnaval participação, eliminando a passarela e os camarotes, distribuindo a comissão julgadora em cinco diferentes pontos da cidade, proclamando os vitoriosos na manhã da terça-feira, instituindo o Baile Popular do Pátio de São Pedro e o Baile Infantil na Praça da Independência, bem como o Sábado de Zé Pereira o primeiro dia do carnaval, incentivando assim a apresentação do Galo da Madrugada, além do Festival do Frevo e do Maracatu e da criação da Frevioca.

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Luiz Bandeira, Claudionor Germano e Capiba na primeira saída da Frevioca (Foto: Leonardo Silva)

Foi o historiador e jornalista Leonardo Silva quem fundou a Frevioca, que no Governo do depredador tirou mudou o seu nome para Jardineira, que nunca foi assimilada pelo recifense. O historiador Pereira da Costa define Frevioca, como: pândega, folia, divertimento; club, troça, cordão carnavalesco: “essa bem feita frevioca dos Carregadores de Piano prepara-se cada vez mais para os dias de carnaval” (Jornal do Recife n.º 50 de 1914). Já Leonardo Silva complementa: “A Frevioca é uma orquestra volante de ritmos carnavalescos que veio a se tornar o mais importante veículo de animação das ruas do Recife durante o carnaval”. O novo must do Carnaval do Recife, arrasava, pelas ruas do Recife, com seus 32 músicos, sob a regência do maestro Ademir Araújo, puxada pelo cantor Claudionor Germano.

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Eis a Frevioca Original (Foto: Divulgação)

Quando Claudionor na Frevioca entoava “O Recife acordou / Deu bom dia e encontrou / Todo povo nas ruas / Nas pontes, nas praças, se amando / Se encontrando com alegria / Num eterno gingado, / De frevo, ciranda e baião / Batida de coco, maracujá e limão / Vem, vem, vem fazer parte deste cordão / O Recife tem um lugar / Pra você dentro do coração”, levava o povo à loucura. Enquanto o Rio de Janeiro retoma o Carnaval Participação, porque sentiu que somente escola de samba, estava tirando o turista do seu carnaval, que já é um sucesso, o prefeito Geraldo Júlio de Mello Filho, insiste com a herança maldita do Carnaval do PT, ou seja Carnaval Palco. Acorda prefeito, deixe sua marca.

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Uma outra versão da Frevioca (Foto: Divulgação)

E como dizia o poeta Carlos Pena Filho, “os ritmos criados pelo seu povo são o suficiente para sua animação. “Entre 1980 e 1983, reinou no Recife o verdadeiro carnaval participação, com suas multidões frevolentas se arrastando no acompanhamento da Frevioca e das agremiações carnavalescas, a partir da segunda-feira da semana pré-carnavalesca e explodindo na manhã do sábado com a saída do Clube de Máscaras O Galo da Madrugada, como a demonstrar aos descrentes e fracos de espírito que a Capital do Frevo não carece de imitações e, muito menos, de importações outras”, confessa  Leonardo Silva.

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A genérica chamada de Jardineira (Foto: Aguinaldo Leonel)

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