Fernando Machado

Fora as fantasias triplex

Sobre concursos de fantasias escreveu Demazinho Gomes: Hoje fui informado que depois de muito choro e ranger de dentes retornará o concurso de fantasias ao Baile Municipal. O maior problema é o tamanho das fantasias triplex que são feitas para ser destaques das escolas de samba. Perdem a naturalidade. Usam saia, rabos de pena, resplendor, adereços, estandartes e toucheiros tudo de uma vez. E querem passar quinze minutos na passarela com aquele andar de gueixa. No Rio foi destinado um espaço anexo para quem gosta de concursos.

Além do mais é uma gente perigosa. No baile do Sírio Libanês a candidata Wilza Carla fez xixi no balão de Santos Dumont vestido por Múcio Catão. Eu estava no júri ao lado de Pelé e o capitão Carlos Alberto da copa de 70. Uma simpatia. As fantasias deveriam ser espontâneas. Tudo começou com Clovis Bornay que não tinha roupa para o baile, desmanchou a cortina de filó, pegou as penas do espanador e do lustre aos pedaços fez um príncipe oriental e recebeu o primeiro lugar ganhando uma caneta Parker 51 e um perfume Fleur de rocaille.

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