“Falam tanto que o meu bloco está / Dando adeus pra nunca mais sair / E depois que ele desfilar / Do seu povo vai se despedir / No regresso de não mais voltar / Suas palavras vão pedir / Não deixem não / Quem um bloco campeão / Guarde no peito a dor de não cantar”, como tão lindamente escreveu Getúlio Cavalcanti um dos homenageados do nosso Carnaval esteja tão atual.
Marta Ferreira, Edilma Santana e Belgirlene Galvão de Um Bloco em Poesia (Fotos: Fernando Machado)
Se Deus quiser estarei saindo ao lado do Bloco da Saudade no próximo ano. E tenho certeza que Ele quer. Para poder fazer parte daquele coral de mais de cinco mil vozes entoando “Ai, ai saudade / Saudade tão grande / Saudade que sinto / Do Clube das Pas, do Vassouras / Passistas traçando tesouras / Nas ruas repletas de lá / Batidas de bombos / São maracatus retardados / Chegando à cidade, cansados, / Com seus estandartes no ar”.
A flabelista Thais Viana do Bloco Menestrel de Paulista
Mesmo que naquela procissão carnavalesca onde nos céus as gaivotas voam dando um toque de mais lirismo ao final da tarde e na terra as importunas carroças puxadas pelos caçadores de latas de cervejas vazias, no meio da multidão, viamos os pais levando nas costas os filhos, ouviamos do rock da pesada saindo das caixas de som dos vendedores ambulantes atrapalhando o som dos liricos. Esse sacrificio valeu pela nossa rica cultura pernambucana.
Ilma Luzia, Markuilu Ramos, Cloves Tomaz, Sulamita Xavier e Renata Helena da Silva do Bloco Com Amor no Coração
Sim não esquecer o mal cheiro de urina por quase todo trajeto. Nada disso me incomodou pois o mais importante era ouvir músicas como “Saudade / É isso que a gente sente / Saudade, É falta que faz a gente / Alguém que partiu / Alguém que morreu / Alguém que o coração não esqueceu”, de Aldemar Paiva. A realeza baixou em peso no Carnaval. Não aquela de sangue azul mas a aquela do puro sangue da terra do Frevo e do Maracatu. Abram alas para eles!
A flabelista Sandra Melo do Bloco Cordas e Retalhos