Fernando Machado

Alex é para Ti, Senhor

Ontem, tivemos na Igreja do Bom Pastor, que já foi de São Vicente de Paulo e era coordenada pelas irmãs Vicentinas, agora é da CNBB, na Rua Dom Bosco, o velório do Papa da Crônica Social do Recife, José de Sousa Alencar, o Alex. Naquele templo do século XVIII era sua mãe, Dona Sinhá, assistia as missas aos domingos. Quando a igreja estava com a cobertura podre, Alex conseguiu doações para restaurá-la.

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O vice-governador Raul Henry foi o único político presente (Foto: Fernando Machado)

Ele sonhava que seu velório acontecesse lá, pela ligação de Dona Sinhá com a igreja que ficava em frente de sua casa. Pois foi graças ao Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que autorizou a cerimônia na São Vicente de Paulo. Dom Fernando conhecia Alex da época que ele era famoso. E teve mais, foi Dom Fernando Saburido quem deu a extrema unção para Alex, semana passada.

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Padre Arnaldo durante a homilia (Foto: Fernando Machado)

Alex faleceu no Dia de São Francisco de Sales, o padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos, não é uma benção? É deste santo francês este pensamento: “Maria é Mãe de Deus e tudo consegue; é mãe dos seres humanos e tudo concede”. Antes do seu corpo seguir para o Cemitério Morada da Paz, aconteceu uma missa de corpo presente presidida pelo Padre Aníbal, que reside no Lar Sacerdotal.

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Estes são os afilhados do Alex (Foto: Fernando Machado)

A primeira leitura coube a jovem Laura Fernandes e o ministério musical, excelente foi com a voz e violão de Arnaldo Andrade, que inovou ao cantar Meu Coração é para ti, começou Alex é para Ti, Senhor / Alex é para Ti, Senhor / Alex é para Ti, Senhor / Alex é para Ti / Porque Tu me deste a vida / Porque Tu me deste o existir / Porque Tu me deste o carinho / Me deste o amor”. Foi lindo demais. Ao invês de uma homilia, Padre Aníbal pediu que convidados dessem um depoimento sobre ele.

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Os imortais Reynaldo Oliveira, Lourdes Sarmento, Abdias Moura, Fátima Quintas e Ana Maria César (Foto: Fernando Machado)

A primeira a falar foi Tânia Spinelli, e na sequencia a presidente da Academia Pernambucana de Letras, Fátima Quintas e depois o acadêmico Abdias Moura. Fátima traçou um perfil do acadêmico Alex, que no dia 4 de agosto completaria 45 anos de imortalidade. Lembrou que ele conseguiu muitas doações para a Casa de Carneiro Vilela, pois era os anos dourados do cronista alagoano, radicado no Recife, desde 1949.

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Padre Aníbal quando ia aspergir água benta no corpo de Alex (Foto: Fernando Machado)

E depois de cantar a Oração de São Francisco: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz; / Onde houver ódio, que eu leve o amor; / Onde houver discórdia, que eu leve a união; / Onde houver dúvidas, que eu leve a fé; / Onde houver erros, que eu leve a verdade; / Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; / Onde houver desespero, que eu leve a esperança; / Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; / Onde houver trevas, que eu leve a luz. / Pois é dando que se recebe; / É perdoando, que se é perdoado; / E é morrendo que se vive para a vida eterna.

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Silvio Nicéas no último momento de Alex entre nós (Foto: Fernando Machado)

Arnaldo Andrade puxou Coração da América de Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar / Debaixo de sete chaves / Dentro do coração / Assim falava a canção que na América ouvi / Mas quem cantava/ chorou / Ao ver o seu amigo partir / Mas quem ficou, no pensamento voou / Com seu canto que o outro lembrou / E quem voou, no pensamento ficou / Com a lembrança que o outro cantou”. E encerrou com Nossa Senhora de Roberto Carlos.

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