Fernando Machado

Um nome que a história guardou

Caso fosse vivo o ícone da fotografia Edmond Dansot estaria completando hoje 88 anos. Ele nasceu na Iseste, no sul da França, bem pertinho do santuário de Nossa Senhora de Lourdes. Com 13 anos, no dia 7 de novembro de 1937, desceu no Recife para estudar no Seminário dos Irmãos Maristas, em Apipucos. Ao descer no Porto do Recife e caminhar pelo centro do Recife se apaixonou pela cidade.

edmond-dansot
Edmond Dansot fotografado pela filha Patricia

Edmond Dansot não falava uma palavra em português, tudo que encontrava pela frente era uma descoberta. Imagine a cabeça de uma criança, abrindo-se para um mundo tropical. Terminado seu curso no Recife o noviço irmão Marista partiu para Belém, do Pará, onde lecionou no Colégio Marista até a década de sessenta, quando abandonou a ordem e voltou para o Recife.

edmond-gisele-dansot
Edmond e sua esposa Giselle (Foto: Fernando Machado)

Agora iria se dedicar a uma nova profissão, que antes era hobby. Estamos nos referindo à fotografia. Não era um leigo no assunto pois tinha feito uma incursão neste campo com o professor Fritz Liebmann, lá em Belém. Desde criança, Dansot era fascinado pelas câmaras. Já fotografo consagrado resolveu voltar a Paris e no dia 13 de fevereiro, conheceu uma jovem bonita chamada Giselle, que mais tarde viria ser sua esposa.

edmond-dansot-gilberto-freyre-biblioteca-72
Gilberto Freyre na sua biblioteca (Foto: Edmond Dansot)

Era um francês mais pernambucano do que muitos pernambucanos. Um verdadeiro obstinado pela pernambucanidade. Deixou um acervo sobre o nosso carnaval que mataria de inveja qualquer colecionador. Dansot uma vez me confidenciou: “Não aconselho ninguém ser fotografo num dia de tristeza.” Do seu casamento com Giselle teve duas filhas a engenheira Patricia e a medica Veronique. No dia 30 de março Edmond Dansot faleceu, mas nos deixou um grande legado. Sem dúvida alguma Edmond Dansot é um nome que a história guardou.

Gostou ?
Compartilhe !