Fernando Machado

Um nome que a História Guardou

Dos blocos carnavalescos mistos em atividade no Carnaval do Recife, o Batutas de São José é o mais antigo, surgido que fora de uma dissidência do decano Batutas da Boa Vista. Muito embora alguns dos blocos renascidos se considerem mais longevos, somente o Batutas tem uma atividade ininterrupta desde a sua fundação, naquela tarde chuvosa de 5 de junho de 1932. Curiosamente o Batutas de São José teve a história do seu dia-a-dia contada em versos musicados, transformados em marchas de bloco e eternizados através das vozes dos seus simpatizantes.

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O esquecido compostior João Santiago (Foto: Arquivo)

Uma estória (muito mais estória do que história), só conhecida e interpretada por aqueles que viveram as diferentes situações do caminhar do simpático bloco de São José. Esta singular narrativa nos é contada, ao longo de mais de três décadas, pelo compositor e carnavalesco João Santiago dos Reis. Nascido no bairro recifense da Torre, em 1º de março de 1928, inspirou-se ele em fatos corriqueiros do dia-a-dia para escrever o cancioneiro do seu bloco querido.

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O flabelo do Bloco Batutas de São José pelas ruas do Recife (Foto: Paulo Lopes)

Personagens anônimos da agremiação passaram para história, graças ao lugar de destaque conquistado no repertório do Batutas de São José: o fundador Augusto Bandeira; Edite, figura obrigatória na ala feminina do bloco; Osmundo, um barbeiro do bairro de Iputinga; o mestre Levino Ferreira, o mais importante compositor de frevos-de-rua do carnaval pernambucano.

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João Santiago deve estar muito triste com o que o Recife está fazendo com o frevo (Foto: Arquivo)

Mas o grande sucesso da História do Batutas, segundo a narrativa musical de João Santiago, ficou por conta de Sabe lá que é isso (sic). João Santiago dos Reis, um dos nomes mais esquecidos do nosso Carnaval, faleceu na emergência do Hospital Getúlio Vargas, na noite de 11 de novembro de 1985. (Texto do pesquisador e jornalista Leonardo Dantas Silva)

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