Fernando Machado

Um nome que a história guardou

José do Lins do Rego Cavalcanti nasceu no dia 3 de junho de 1901, no Engenho Corredor, em Pilar, a 56 km de João Pessoa (PB). Filho de João do Rego Cavalcanti e Amélia Rego Cavalcanti com a morte destes, José Lins passa a viver com o avô materno – José Lins Cavalcanti de Albuquerque – no engenho Corredor, sob os cuidados da sua tia Maria. A recordação da infância motivou a escrever o best seller “Menino de Engenho” e os livros seguintes Doidinho, Usina e Bangüê. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1955, José Lins do Rego é Um Nome que a história Guardou e que a Paraíba reverencia hoje como um de seus mais ilustres conterrâneos.

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José Lins do Rego (Fotos: Fundação Joaquim Nabuco)

Em 1909, José do Lins estudou no Internato Nossa Senhora do Carmo em Itabaiana (PB). Três anos se transfere para João Pessoa onde estuda no Colégio Diocesano Pio X. Em 1915 muda-se para o Recife, onde cursa o Instituto Carneiro Leão e o Ginásio Pernambucano. Em 1919 matricula-se na Faculdade de Direito do Recife onde se torna amigo dos escritores José Américo de Almeida e Gilberto Freyre.

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Nos anos 20 no Recife, José Lins com os colegas escritores Olivio Montenegro e Gilberto Freyre

José do Lins casou-se em 1924, com Filomena Massa (Naná), filha de senador, com quem teve três filhas: Maria Elisabeth, Maria da Glória e Maria Cristina. Nomeado promotor público em 1925 exerceu o cargo em Manhuaçu (MG). Um ano depois desiste de fazer carreira na magistratura e transfere-se para Maceió, onde passa a trabalhar como fiscal de bancos, “de bengala, monóculo e costeletas”. Em 1935, transfere-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde colabora em alguns jornais e exerce cargos diplomáticos. Elege-se para a cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras em 1955.

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José Lins na sua posse na Academia Brasileira de Letras em 1955 com Austragésilo de Atayde

Quem visita a capital paraibana não deve deixar de ir ao Espaço Cultural José do Lins Rego, inaugurado em 19 de março de 1985. No local encontra-se o museu José do Lins Rego com a completa biblioteca (gabinete particular) doada pelo escritor e que inclui o seu acervo bibliográfico com mais de 4 mil volumes, enriquecido com telas, fotografias, cartas, comendas, manuscritos das obras do escritor, objetos pessoais, busto em bronze do escritor, da autoria de Bruno Giorgi, máquina de escrever, máquina de costura do Engenho Corredor. Destaque para a bandeira do Flamengo, que pertenceu ao escritor que era torcedor fanático.

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José Lins e o conterraneo paraibano escritor e ministro José Américo de Almeida

José do Lins do Rego faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1957, aos 56 anos de idade, no Hospital dos Servidores do Estado, vitima de hepatopatia. Quando da sua morte, Gilberto Freyre escreveria que fora José Lins “O mais constante, o compreensivo, o mais leal dos meus companheiros de geração. José Lins deixou uma produção literária muito densa, com 12 romances, um livro de memórias, livros de crônicas, e literatura infantil. O Romance mais lido é o “Menino de Engenho”, e sua obra prima é “Fogo Morto. (Rogério Almeida)

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José Lins e a esposa Filomena Marsa e as filhas Maria da Gloria e Maria Cristina

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