Fernando Machado

O Sagres: Uma Casa Portuguesa

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Alberto Ferreira da Costa, comandante Antônio Manuel Gonçalves e o cônsul Marco Ferreira de Melo (Foto: Fernando Machado)

“Numa casa portuguesa fica bem / Pão e vinho sobre a mesa / E se à porta humildemente bate alguém, / Senta-se à mesa com a gente / Fica bem essa fraqueza, fica bem, / Que o povo nunca a desmente / A alegria da pobreza / Está nesta grande riqueza / De dar, e ficar contente / Quatro paredes caiadas, / Um cheirinho à alecrim, / Um cacho de uvas doiradas, / Duas rosas num jardim, / Um São José de azulejo / Mais o sol da primavera, / Uma promessa de beijos / Dois braços à minha espera / É uma casa portuguesa, com certeza! / É, com certeza, uma casa portuguesa!”

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O adido de defesa Antônio Moldão e o almirante Afrânio de Paiva Moreira Júnior (Foto: Fernando Machado)

Não poderia redigir essa materia sobre a recepção a bordo do Navio Escola da Marinha de Portugal, Sagres, sem esquecer a diva Amália Rodrigues (1920/1999) e de lembrar Sérgio Bittencourt (1941/1979) com a música que ele compôs para seu pai Jacó do Bandolim (1918/1969), Naquela Mesa. Ao invés de escrever naquela mesa está faltando ele, diria naquele veleiro estava faltando ela (Amália), e a saudade dela está doendo em mim.  O NRP Sagres foi construído, em 1937, nos estaleiros Blohm & Voss, em Hamburgo, na Alemanha, sendo batizado de Albert Leo Schlageter.

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Áurea e Jorge Peixoto (Foto: Fernando Machado)

Foi o terceiro de uma série de quatro navios construídos para a Marinha alemã. Em 1962, foi incorporado na Marinha Portuguesa como navio-escola e com o nome Sagres. Além da missão relacionada com a instrução dos cadetes, o navio-escola Sagres é também regularmente utilizado na representação da Marinha e do país, funcionando como Casa Itinerante de Portugal. O atual Sagres é o terceiro navio com esse nome a desempenhar funções de instrução náutica na Marinha de Portugal, por conta disso é conhecido com Sagres III.

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Os comandantes Fernando Kutianski e Marcelo Petrille Pacheco (Foto: Fernando Machado)

É o navio mais conhecido das Forças Armadas Portuguesas, identificado pelas suas velas ostentando a cruz da Ordem de Cristo. Ele tem como missão permitir o treino e o contacto com a vida no mar aos cadetes, nós os chamariam de guardas-marinha da Escola Naval, futuros oficiais da Marinha de Portugal. No final da II Guerra Mundial, foi capturado pelas forças dos Estados Unidos, sendo vendido à Marinha de Guerra do Brasil em 1948 por um valor simbólico de 5 mil dólares.

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Gláucia e o marido, general Nilson Ananias (Foto: Fernando Machado)

No Brasil foi batizado de Guanabara, servindo como navio-escola até 1961, data em que foi adquirido por Portugal por 150 mil dólares para ser usado em substituição do Sagres II (ex-Rickmer Rickmers). Essa compra se deve ao empenho do Minsitro da Presidencia Pedro Teotônio Pereira, um grande amante da vela. O navio recebeu o mesmo nome do antecessor, entrando ao serviço da Marinha Portuguesa em 8 de fevereiro de 1962.

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Os oficiais João Braz e Humberto Rocha (Foto: Fernando Machado)

Ao serviço da marinha portuguesa já deu três voltas ao mundo, a primeira em 1978/1979 e a segunda em 1983/1984. A 4 de Julho de 1984 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique. Em 19 de janeiro de 2010 partiu para a terceira volta ao mundo. É bom lembrar que no dia 11 de fevereiro de 2010, tivemos uma recepção a bordo do Sagres, no Porto do Recife. O comandante na época era Capitão-de-Fragata Luis Pedro Pinto Proença Mendes. Infelizmente não participei dela, porque não fui convidado.

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A cônsul geral Maria Konning e o marido Roberto de Siqueira Regueira, a consulesa Anne e o cônsul geral Bruno Bisson (Foto: Fernando Machado)

Pela segunda vez o navio-escola atraca no Porto de Recife, em seus 55 anos de incorporação à Marinha Portuguesa. Ele zarpou de Lisboa em 21 de junho de 2016, chegando a Cabo Verde, no dia 3 de julho onde ficou até o dia 6 de julho. O Recife foi o porto do Brasil que atracou isso terça-feira. O Sagres tem 89,3 metros de cumprimento, três mastros, e uma tripulação de 134 militares 44 guardas-marinha da Escola Naval, sendo seis de dos países lusófonos Cabo Verde, Angola e Moçambique, e sete Angola, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Marrocos, Tunisia e Turquia.

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A ministra Maria Silvia Laurindo e Silvia Carvalheira (Foto: Fernando Machado)

Pois bem, foi nesse cenário repleto de história que o Adido de Defesa da Embaixada de Portugal no Brasil, Antônio Moldão e o comandante do Sagres Antônio Manuel Gonçalves (desde o dia 7 de setembro de 2015. Ele é casado com Maria Manuela e tem dois filhos Francisco e Antônio, que moram em Lisboa), receberam os convidados para bonita recepção que aconteceu no convés do NR Sagres. É bom lembrar que dos oficiais aos marinheiros são exemplos de hospitalidade, afinal de contas é uma Casa Portuguesa, com certeza.

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Engenheiro Mota, tenentes Vieira Pereira e João Braz com o engenheiro Alves Rodrigues (Foto: Fernando Machado)

O bufê era de a gente comer de joelhos para Santo Antônio. O cardápio que foi preparado por Morais, Morujo, Bernardo e Mota sob a supervisão do tenente Canhão e do sargento Martins, teve como prato de resistência bacalhau à Braz. Também degustamos sopa de coentro, pasteis (camarão e bacalhau), salada de grão de bico e risoles. Como sobremesa salada de frutas, pudim, pastel de nata, ou de Belém, além de frutas da época. Tudo isso regado a vinho tinto e branco da região de Setubal. E como não podia faltar vinho do Porto.

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Guardas Marinha Ricardo Batista, Anne Wegner e o pernambucano Daniel Sautchuk (Foto: Fernando Machado)

Amanhã à noite o Sagres zarpará até Salvador na Bahia onde fica até o próximo dia 28. No dia 3 de agosto o Sagres atraca no porto do Rio de Janeiro, onde permanecerá até o dia 22 de agosto. Na Cidade Maravilhosa o veleiro vai se transformar numa Casa Portuguesa, durante os Jogos Olimpicos. No dia 10 de setembro chega a Cabo Verde ficando até o dia 12 e no dia 25 de setembro o Sagres chega ao porto de partida: Lisboa.

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Os guardas-marinha Salvador Horta, Nelson Maneira, Virginio Santa Rosa, Pedro Raposo e Ana Catarina Guerrera (Foto: Fernando Machado)

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